Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

Fragilidade

Fiquei frágil
de repente
as forças dissolvidas
em espuma e delírio,
numa ausência de certezas.

Como não temer o que se mostra
do que se sente
quando o chão nos escapa
debaixo do corpo?

Acreditar em que palavras
quando tudo o que se escreve
nos deixa sem resposta,
nos confunde e derrota?

A dúvida alastra e devora-me.
Cada degrau vacila.
Só o que se pressente é
timidamente seguro.

O Sol instalado nos dias
já nada nos diz.
Apenas fere fundo o espírito
e os pés solitários na terra fria.

Onde tudo em mim é bulício,
engano e abandono
permanece,
mal esquecido,
um gesto teu.

Crédito:Helena de Sousa Freitas

Autor:Helena de Sousa Freitas

Fonte:Universo da Mulher