Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Automedicação NÃO!

Especialista explica os problemas do consumo de remédios sem a prescrição médica
 
É fácil encontrar pessoas que costumam ir a farmácias e comprar remédios, sem a recomendação médica, para aliviar dores ou algum mal-estar.
 
Esta prática simples, muito comum nos dias de hoje, pode ocasionar sérios problemas, como intoxicação e insuficiência renal.
 
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), a automedicação é responsável por, aproximadamente, 20 mil mortes todos os anos no país.
 
A maior incidência destes casos está ligada à intoxicação e a reações de hipersensibilidade e alergia.
 
“O uso incorreto de medicamento pode ocasionar complicações alérgicas, como a urticária, bronquite; reações digestivas, como a diarréia, gastrite e úlcera; distúrbios hematológicos, como a anemia, redução de glóbulos brancos e plaquetas; lesões renais, como a nefrite e insuficiência renal; hepáticas, como a hepatite e a cirrose; e até mesmo parada cardíaca por arritmia. Muitas destas lesões podem ter danos irreversíveis aos órgãos como os rins e fígado”, explica o Dr. Heitor João Lagos, especialista em clínica médica e medicina intensiva da Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, de Curitiba (PR).
 
Para o especialista, a automedicação se torna extremamente perigosa a partir do momento que todo medicamento é composto por substâncias químicas, que podem causar efeitos adversos com intensidades variadas.
 
“O uso de qualquer tipo de medicamento, por sua natureza, pode gerar reações adversas. No entanto, a chance de se ter os efeitos adversos com a automedicação é infinitamente maior em probabilidade e gravidade”.
 
Além disso, ele explica que até mesmo os remédios mais comuns, como analgésicos, antigripais e antiinflamatórios devem ser utilizados somente após a prescrição médica.
 
“Os analgésicos mais utilizados no Brasil são a dipirona, com risco de causar distúrbios hematológicos; o paracetamol, que pode causar hepatite; e o ácido acetil salicílico, causador de úlcera e sangramento. Os anti-inflamatórios estão com seu uso cada vez mais restrito pelos danos causados, principalmente, pelo uso prolongado, gerando doenças digestivas e lesões renais".
 
“Os antigripais, que aparentemente não trazem riscos à saúde, de venda livre nas farmácias, trazem em suas formulações associações de analgésicos, vasoconstritores nasais e anti-histamínicos e, na verdade, podem causar reações muito mais desagradáveis que a gripe”. 
 
Por estes motivos, os médicos são as únicas pessoas indicadas para prescrever medicamentos.
 
Após as consultas e estudos de cada caso, os profissionais clínicos conseguem reduzir as chances de reações adversas, pois conseguem analisar todos os sintomas e, também, diagnosticar as possíveis chances de reação adversa de determinados medicamentos. 
 
“As crianças são medicadas por familiares com analgésicos, antigripais, anti-inflamatórios e antibióticos. Os adultos jovens estão expostos a estes e outros, como os psicotrópicos e anti-hipertensivos. Os idosos usam, em média, de dois a cinco medicamentos com grandes riscos potenciais de desenvolver efeitos adversos por reações cruzadas e interação medicamentosa. Todos os envolvidos nestes casos acabam esquecendo que os médicos são os únicos profissionais realmente qualificados para a indicação de medicamentos. Ou seja, quem não segue este critério corre sérios riscos”.
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Paula Batista

Fonte:Universo da Mulher