Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Doença cardiovascular é a principal causa de morte de mulheres no mundo

Pesquisa realizada pelo laboratório Merck Sharp & Dohme na América Latina verificou que as taxas elevadas de colesterol e os riscos cardiovasculares decorrentes não representam uma grande preocupação entre as mulheres. Neste estudo foram entrevistadas 900 mulheres de 9 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru e Venezuela.
 
 
De acordo com a pesquisa, 87% do total de mulheres entrevistadas desconheciam os próprios níveis de colesterol e 40% nunca haviam dosado o colesterol no sangue; entre as mulheres com mais de 50 anos de idade, a taxa de desconhecimento dos níveis de colesterol também foi alta (70%). Esses dados são alarmantes se for considerado que, depois dos 45 anos de idade, os diferentes estudos mostram que os níveis de colesterol são mais altos em mulheres do que nos homens. Em países em desenvolvimento, é estimado que metade das mortes em mulheres com 50 anos de idade ou mais é causada por doenças cardiovasculares.
 
 
De acordo com dados da Global Heart Federation (Federação Global do Coração) é estimado que, anualmente, mais de 8 milhões de mulheres morrem no mundo em conseqüência de uma doença cardiovascular. Este número é quase oito vezes maior do que o correpondente ao câncer de mama ou seis vezes maior que o número de mortes causadas pelo HIV/AIDS.
 
 
A orientação do AHA (American Heart Association), é de que todos os adultos acima dos 20 anos de idade devem realizar testes de medição de colesterol (total, bom ou HDL e ruim ou LDL) e triglicérides, uma vez a cada cinco anos.
“É importante o diagnóstico e tratamento do colesterol elevado para evitar a ocorrência doenças cardiovasculares”, afirma o dr. Antônio Chagas, Professor Livre-Docente de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP. O médico explica que a tendência é a redução cada vez mais agressiva dos níveis de colesterol.
Apesar do colesterol ser um dos grandes vilões para a saúde por contribuir para as doenças do coração e suas complicações, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (derrame), ele não constitui uma grande preocupação entre as mulheres, segundo a pesquisa.
Ao ser solicitada uma escala de prioridade para prevenção de doenças, as entrevistadas colocaram o câncer em primeiro lugar (45%), seguido pelas doenças sexualmente transmissíveis (34%), hipertensão (6%) e, por último, o colesterol, com 3%. As prioridades foram diferentes de acordo com a faixa etária:
Faixa etáriaDoença%
18 a 34 anos de idadeDSTs49
35 a 49 anos de idadeCâncer56
50 anos de idade ou maisCâncer55
 
 
 
Outra questão abordada foram as maneiras de controlar o colesterol: 63% das mulheres mencionaram dieta e exercício, 20% disseram que apenas dieta seria suficiente e 17% afirmaram que é necessário dieta e uma medicação adequada para controlar os níveis de colesterol.
Em relação à origem do colesterol, 19% responderam corretamente que o colesterol é produzido pelo fígado e que também se origina da dieta, 39% responderam que provém da ingestão de comidas gordurosas e de álcool e 25% afirmaram que se origina dos alimentos em geral.
 
 
Levantamento no Brasil
 
Nessa pesquisa foram entrevistadas 100 mulheres brasileiras, as quais, por ordem de prioridade de cuidados preventivos, citaram o câncer em primeiro lugar (53%), seguido pelas doenças sexualmente transmissíveis (18%), hipertensão e osteoporose (11%), obesidade (6%) e, por último, o colesterol, com 2%.
As entrevistadas com 35 a 49 anos de idade sequer citaram o colesterol como prioridade e, na faixa etária dos 50 anos, o colesterol apareceu apenas à frente da obesidade
 
35 a 49 anos de idade%
Câncer57
DSTs22
Obesidade10
Hipertensão6
Osteoporose4
50 anos de idade ou mais%
Câncer48
Osteoporose17
Hipertensão15
DST’s13
Colesterol4
Obesidade2
 
 
A maioria das brasileiras não sabe como estão os seus níveis de colesterol (68%) versus apenas 32% que sabem. Apesar de 96% das entrevistadas já ter colhido sangue para avaliação do colesterol (na faixa etária entre 35 a 49 anos), o desconhecimento quanto aos próprios níveis de colesterol sobe para 78%.
Para o bom controle do colesterol, 56% das mulheres citaram dieta e exercício, 20% disseram que apenas a dieta seria suficiente, 22% citaram a necessidade de dieta e de uma medicação adequada e 2% responderam que apenas o medicamento é suficiente para controlar os níveis de colesterol.
Em relação à origem do colesterol, 20% responderam corretamente que o colesterol é produzido pelo fígado e que também se origina da dieta, 40% responderam que provém da ingestão de comidas gordurosas e de álcool e 12% disseram que se origina dos alimentos em geral.
 
 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Andressa Scaldaferri

Fonte:Burson-Marsteller