Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Vítima da busca pela beleza

Rio - O desejo de se manter bonita acabou em tragédia. A auxiliar administrativa Marilene Jesus Nascimento, 27 anos, morreu ontem, após passar dois dias internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, vítima de uma aplicação de silicone líquido nas nádegas, feita por uma colega, em Irajá. Na unidade, ela sofreu três ataques cardíacos.

Segundo parentes, há 20 dias Marilene pagou cerca de R$ 300 para que a amiga Jaqueline – que seria enfermeira e, como a vítima, trabalharia no Instituto Nacional de Câncer (Inca) – aplicasse 250 ml de silicone em suas nádegas. Insatisfeita, ela voltou à casa da colega sexta-feira para colocar mais 150 ml e fazer alguns retoques.

Marilene começou a passar mal logo após a última aplicação e foi levada por Jaqueline ao Posto de Atendimento Médico (PAM) de Irajá, onde permaneceu por três horas.

“Quando cheguei em casa, ela gritava de dor. Dizia que as costas e a barriga doíam muito. Além disso, ela estava desmaiando a toda hora e com a respiração ofegante”, contou Júlio Cesar Nascimento, marido da vítima, que deixou uma filha de 3 anos.

Família reclama de atendimento no hospital

A auxiliar administrativa deu entrada no Souza Aguiar na madrugada de sábado. A família acredita que houve negligência médica. “Ela ficou lá na enfermaria feminina. Ninguém foi examiná-la. O médico disse que era psicológico e mandou que voltasse para casa. Só que ela nem chegou a deixar o hospital porque seu estado se agravou”, contou Júlio Cesar.

Marilene foi enterrada na tarde ontem, no Cemitério do Caju. A família estava revoltada. “Quero justiça. Ninguém sabe informar nada sobre essa mulher que fez a aplicação. Só sabemos que ela pediu licença do Inca sábado e desde então desapareceu”, contou Ranilton Nascimento, primo da vítima.

Segundo o Instituto Médico Legal (IML), o laudo com a causa mortis deverá ficar pronto em 30 dias, uma vez que é preciso esperar pelo resultado da necrópsia realizada ontem no corpo de Marilene, que indicará com exatidão a substância injetada.

O Inca afirmou que sente pela morte de Marilene e que não pode fornecer mais informações sobre o caso, pois a aplicação ocorreu fora da unidade. O Instituto também não confirma que Jaqueline seja sua funcionária. Já a Secretaria Municipal de Saúde também não soube informar o que constava no prontuário da vítima tanto no PAM de Irajá quanto no Hospital Souza Aguiar.

 

Crédito:O DIA

Autor:O DIA

Fonte:O DIA