Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

27 de abril - Dia da Empregada Doméstica

Brasil tem 6,2 milhões de empregadas domésticas, que comemoram o seu dia nesta terça-feira
 
Quase 20% de todas as mulheres que trabalham fora no Brasil merecem um cumprimento especial nesta terça-feira.
 
O dia 27 de abril é dedicado aos empregados domésticos, que somam 6,6 milhões de pessoas no país, sendo 93,5% mulheres.
 
Os homens também fazem parte da categoria, mas são poucos: 424 mil, apenas 6,4% do total.
 
Reconhecidas legalmente em 1972, as domésticas comemoram conquistas mas querem muito mais.
 
Oriundas de uma cultura escravagista, grande parte - 73,22% - ainda não tem carteira assinada e, consequentemente, não conta com direitos básicos como 13 salário e Previdência Social.
 
 
Por outro lado, já dispõe de piso salarial, vale transporte e férias de 30 dias.
 
- Trabalho como doméstica desde os 12 anos. Há 19, com a mesma família. As nossas condições melhoraram muito, mas é preciso ter sorte com o patrão. Eu tive. Mas tem gente aí que não folga feriado, ganha pouco, não tem hora para sair... Além disso, não entendo por que as domésticas, que são trabalhadores como todos os outros, não têm direito a FGTS e plano de saúde - afirma Kátia Cilene de Souza, de 39 anos.
 
O data que homenageia as domésticas é o dia de Santa Zita, mulher humilde, nascida na Itália no século 13, que trabalhava como doméstica e ajudava os pobres e doentes. Ela é a padroeira da categoria.
Escolaridade avança entre as domésticas
O retrato das empregadas domésticas no Brasil, feito anualmente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma mudança importante no perfil dessas trabalhadoras: elas estão estudando mais.

Em 1998, o percentual de domésticas que não tinham instrução ou somente um ano de estudo era de 15% no Brasil e 14% no Rio.
 
Esse número baixou para 11% e 10%, respectivamente, em 2008, na Pnad mais recente. Já o grupo com 15 anos ou mais nas salas de aulas, que caracterizam pelo menos o ingresso no nível superior, está maior: em 1998, não havia registro de universitárias domésticas no Rio, e no Brasil o percentual era ínfimo, de 0,04%.
 
Em 2008, o Rio registrou 0,72% dessas profissionais com 15 anos ou mais de estudo e o Brasil, 0,66%.
-Vou fazer faculdade de administração, embora o meu sonho de criança é ser historiadora - conta Ana Amélia Fernandes, de 32 anos, viúva, mãe de três filhas, que já foi doméstica e faxineira, terminou o ensino médio e agora é consultora de vendas da academia Contours, no Centro do Rio.

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Danielle Abreu

Fonte:Extra