Rio de Janeiro, 24 de Abril de 2024

Sem gravidez, nem pílulas

A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais seguros, com eficácia de 99%, mas as mulheres correm o risco de uma gravidez indesejada por causa de eventuais esquecimentos. Além disso, algumas têm dificuldade de adaptação.

Os comprimidos podem afetar o estômago e a absorção ficar comprometida por vômitos e diarréias.

Poucas pessoas sabem que existe uma alternativa para esses casos.

O Nuvaring é o um contraceptivo intravaginal em que os hormônios são liberados na mucosa vaginal e passam diretamente para corrente sanguínea.

Atualmente, há diversas opções de métodos contraceptivos específicos para a necessidade de cada mulher com diferentes dosagens, hormônios e variadas formas de aplicação.

Uma consulta com o ginecologista é fundamental para decidir qual método é o mais indicado para cada paciente.

Para mulheres que esquecem ou não querem tomar pílula, já está disponível no mercado, uma opção contraceptiva de fácil utilização: o anel contraceptivo que só precisa ser trocado uma vez por mês.

A especialista, Dra. Denise Monteiro, Doutora em Ciências na Área da Saúde da Criança e da Mulher pelo Instituto Fernandes Figueira da Fiocruz e responsável pelo setor de Ginecologia de Adolescentes do Hospital Geral de Jacarepaguá, esclarece as principais dúvidas e mitos relacionados ao dispositivo, que traz maior conveniência à mulher.

1. O que é o anel contraceptivo? E quais suas vantagens?

R: É um pequeno anel flexível de silicone que, quando colocado na vagina, libera continuamente baixas doses de hormônios (estrogênio e progestagênio), inibindo a ovulação e evitando a gravidez.

A vantagem do anel é que a mulher só precisa se preocupar com a contracepção uma vez ao mês, o que reduz bastante os índices de falha do método por esquecimento.

Segundo estudos, o índice de falha de uma pílula anticoncepcional é de 0,1%.

No entanto, contabilizando os atrasos e esquecimentos do dia-a-dia, esse índice pode chegar a 8%. Estudos mostram também que logo no primeiro mês de uso da pílula anticoncepcional, cerca de 47% das mulheres esquecem de tomar o contraceptivo ao menos uma vez.  

E em três meses de administração, mais de 50% das pacientes já esqueceram três ou mais pílulas ao mês. Além da conveniência pela troca mensal, os hormônios do anel contraceptivo são absorvidos diretamente pela circulação evitando que passem pelo estômago e sejam degradados pelo fígado antes de caírem na circulação, causando então menos efeitos colaterais.

Esse método possui baixa dose e permite um excelente controle do ciclo menstrual. Vale lembrar que o anel não protege contra infecção por HIV ou outras doenças sexualmente transmissíveis.

2. Como é colocado o anel contraceptivo?

R: A própria mulher coloca e retira o anel com facilidade. O anel deve ser colocado no primeiro dia da menstruação e mantido por três semanas.

Após estas três semanas o anel deve ser retirado e a mulher deve permanecer uma semana sem o contraceptivo, período no qual deve ocorrer a menstruação. Após a semana de pausa, um novo anel deve ser inserido. Feito de silicone, ele é introduzido na vagina até a mulher sentir confortável.

A exata posição do anel dentro da vagina não é importante para sua eficácia, pois ele não funciona como um diafragma (método de barreira).  O material flexível permite que, depois de colocado, o anel se adapte dentro da vagina e sua presença fique quase imperceptível. Nesse caso, a absorção hormonal se dá por meio das paredes da vagina.

3. O anel vaginal tem a mesma eficácia que a pílula?

R: O anel vaginal é tão eficaz quanto às pílulas combinadas mais modernas e com doses baixas de hormônios. Se utilizado conforme as instruções, a chance de engravidar é semelhante a das pílulas de baixa dosagem, isto é, aproximadamente de 06 em 1000 mulheres por ano. Os hormônios do anel contraceptivo são liberados constantemente para a circulação sangüínea permitindo a administração mensal do método, livrando a mulher da ingestão de uma pílula diária.

4. O que mais desperta a atenção das pacientes com relação ao anel contraceptivo?

R: Com certeza o fato de não ter que tomar pílula todo dia. Uma pesquisa realizada o ano passado com usuárias dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além de Porto Alegre e Salvador, demonstrou que 96,2% das pacientes se interessaram pelo produto devido à vantagem da administração mensal.

Já 65,4% das pacientes disseram que o anel contraceptivo apresenta menos efeitos colaterais e 50% indicaram que o dispositivo é ideal para mulheres que esquecem de tomar pílula anticoncepcional.

5. É possível perder o anel contraceptivo dentro do corpo?

R: Não, o colo do útero (a parte inferior e estreita do útero) impede que o anel seja introduzido mais profundamente. Dessa maneira, a mulher não consegue empurrar o anel além do final de sua vagina.

6. Durante a relação sexual é preciso retirar o anel vaginal?

R: O anel contraceptivo não precisa ser retirado durante a relação sexual. Nem a mulher nem o parceiro sentem o dispositivo na maioria das vezes.

7. Qualquer mulher pode usar o anel vaginal?

R: Não. De maneira geral, as contra-indicações do anel vaginal são as mesmas para o uso das pílulas anticoncepcionais.

O anel contraceptivo é um pequeno anel flexível que, quando colocado na vagina, libera continuamente baixas doses de hormônios (estrogênio e progestagênio) que vão inibir a ovulação, evitando a gravidez. Como esse dispositivo possui hormônio que nem a pílula, a escolha é totalmente individual e deve sempre ser feita pelo médico que conhece os hábitos e histórico da paciente.

8. Como a mulher pode ter acesso ao anel contraceptivo?

R: A mulher deve consultar seu ginecologista, que fará uma avaliação individualizada do caso e discutirá as diversas possibilidades contraceptivas com a paciente. Uma vez definido pelo anel vaginal como o método contraceptivo mais adequado, o médico fará a prescrição e a paciente poderá adquirí-lo diretamente em uma farmácia ou drogaria.

Crédito:Cris

Autor:Lucila Raucci

Fonte:Universo da Mulher