No filme O Nome da Rosa, o personagem interpretado por Sean Connery arrisca a vida para tentar salvar de um incêndio livros raros da biblioteca de uma abadia ao norte da Itália. Sua vida, segundo o próprio, era dispensável perto da importância da cultura proporcionada pelos livros. Você não precisa ser tão apaixonado a ponto de fazer algo parecido, mas se gosta de bons livros, e não quer pagar mais por isso, uma boa dica é resgatá-los nos famosos sebos. Pilhas e pilhas de edições diversas se acumulam nessas livrarias de segunda mão, que têm muitas vantagens, sendo as principais o preço e o acervo. Um livro usado é bem mais barato, salvo casos de raridades, e o desconto varia de 5% a 60%, de acordo com Alejandro Francisco Rubio, dono da Livraria Osório, em Curitiba. Para um estudante, que quase nunca anda bem da grana, é uma ótima opção, pois nem sempre é possível e viável xerocar, quando se trata de leitura para a faculdade. Eu compro, muitas vezes, em sebo, porque posso encontrar livros geralmente em bom estado, por um preço muito inferior ao de uma loja, diz Robson Souza, estudante de Jornalismo na PUC-SP. Danilo Pires Farias, estudante da UnB, completa: A questão econômica certamente pesa na hora de se optar por um sebo. Não deixa de ser uma boa idéia, também, ter o livro para você, montando aos poucos um acervo particular. Acho muito importante os estudantes terem sua pequena biblioteca pessoal, algo que servirá para a pesquisa durante toda vida. E o sebo é uma boa opção para se constituir isso, diz Farias. Alternativas não faltam, e o sebo vai muito além de ser um mero local de compras baratas. Seu ambiente estimula a procura, instiga a curiosidade. O cheiro de mofo à vezes impera, mas sempre é superado, pois a fascinação pela variedade e a vontade de levar aquele livro que você pensou que nunca fosse encontrar acabam por convencer quem visita um sebo a voltar outras vezes. Alejandro Rubio diz que 99% dos livros que existem nos sebos as redes de livrarias não possuem. Edson de Faria, que gerencia "O Sebo", de Joinville, confirma: "Você encontra coisa que não vê no mercado". Perfeito para os amantes da leitura ou para quem precisa de um livro para a faculdade, mas não o acha em livraria alguma. E isso é mais comum do que se imagina. São muitos os livros universitários que o professor pede e estão fora de catálogo. O sebo acaba sendo a alternativa, diz Rubio. Para quem não pode pagar nem o preço de sebo, há mais um atrativo: a troca. Geralmente ela acontece na proporção de dois livros levados para um ganho. Você pode desencalhar os livros chatos, técnicos, ou qualquer outro que não seja mais útil, e levar para casa um que você precisava ou queria há muito tempo. Realmente sebos são uma boa pedida, e para facilitar um pouco o Neuronio preparou um guia de sebos virtuais e reais, em diversos pontos do país. É só procurar o seu e cair de cabeça em toda a cultura que existe nas prateleiras empoeiradas. |
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Caco Cardoso e Bruno Asp
Fonte:Terra