Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Dinossauro roqueiro

É, parece que muitos os paleontólogos, aqueles estudiosos que vasculham os desertos do mundo com formão e martelo nas mãos à busca de fósseis, pertencem a tribo de fãs do rock. Em 1974, o paleo-antropólogo americano Donald Johanson, ao descobrir os fósseis de uma longínqua ancestral do homem moderno que viveu na África há 3,2 milhões de anos, resolveu batizá-la com o nome de Lucy, alusão à canção Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles. Um quarto de século depois, foi a vez de três caçadores de dinossauros homenagearem seu ídolo musical, batizando uma nova espécie de dinossauro carnívoro com seu nome. O bicho em questão foi desenterrado em Madagascar, ilha situada a Leste do continente africano, no oceano Índico. Ele media entre 1,6 e 2 m e pesava cerca de 35 kg, tanto quanto um pastor alemão. Viveu entre 71 e 65 milhões de anos atrás, já no final da era dos dinossauros, e se chama Masiakasaurus knopfleri. A primeira parte do nome deriva de masiaka, que significa vicioso no idioma malgache, e sauros, lagarto em grego. A segunda parte refere-se ao cantor e compositor Mark Knopfler, líder da banda Dire Straits, que fez muito sucesso a partir dos anos 80.

A razão para a homenagem é a seguinte: durante o trabalho sob o sol de Madagascar, o pesquisador Scott Sampson, da Universidade de Utah, e seus colegas da Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook, gostavam de ouvir a música dos Straits e de outras bandas. Mas importante, por obra do acaso, sempre que se encontrava um novo osso do Masiakasaurus, a música que saía das caixas acústicas era sempre produzida pela guitarra do roqueiro inglês, afirma Sampson - que anunciou sua descoberta na revista britânica Nature. Para descrever a nova espécie, os cientistas estudaram restos incompletos de cinco indivíduos.

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Redação

Fonte:Planeta