Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Pit bull dilacera e mata dona


A PM foi chamada para conter o cão e levou parentes de Hilda ao hospital

A dona-de-casa Hilda Mendes de Souza, 72 anos, foi ao quintal às 10h de ontem para alimentar Rickson, pit bull negro de 9 anos. Enlouquecido, o cão avançou sobre quem lhe enchia de cuidados e carinhos. Ouvindo gritos, vizinhos correram para o andar térreo do prédio 22 da Rua Petrocochino, em Vila Isabel. O animal abocanhou o pescoço de Hilda e só soltou ao ser golpeado com barra de ferro, mas continuou ameaçador. Policiais do 6º BPM (Tijuca) chegaram 15 minutos após o ataque e deram sete tiros de pistola e mais dois de fuzil. O animal e a dona morreram.

“Vi um rio de sangue, e o rosto dela ficou desfigurado. O mais impressionante é que tinha gente da família que queria impedir os policiais de sacrificá-lo”, conta o comerciante Joaquim Teixeira, 52 anos, que socorreu Hilda. A dona-de-casa foi levada para o Hospital do Andaraí, com lesões graves no pescoço e na face, morrendo pouco depois. Ela será enterrada hoje.

 

 

Família temia que Rickson atacasse Hilda

De acordo com um dos quatro filhos da vítima, o taxista Ailton Mendes, 45 anos, o corpo do pit bull, que permaneceu até a tarde de ontem na casa dentro de saco plástico, será cremado no Centro Veterinário Municipal Jorge Vaitsman, na Mangueira.

“Não aceitávamos a idéia de uma idosa criar um pit bull. Tínhamos medo, mas minha mãe gostava muito dele. Desde que nosso irmão Mário, que era o dono, morreu em acidente de carro há sete anos, ela se apegou ao Rickson”, explica Ailton.

Hilda era muito querida pela vizinhança, e moradores pediam que ela se desfizesse do animal, que vivia enclausurado e parecia ser mestiço com rottweiler. No ataque, Hilda estava em casa com sua acompanhante Antônia Vaneide da Silva de Oliveira, 43 anos, que gritou por ajuda e ficou em estado de choque.

Os ataques de pit bulls são freqüentes. Há um ano, Paulo Gabriel Ribeiro dos Santos, 3 anos, morreu depois de ter sido atacado por Bradoc, dentro de casa, em Caxias. (Colaborou Viviane Barreto)

 

 

DEPOIMENTO

‘O cachorro estava enlouquecido’

Passarão meses e meses, e não vou conseguir tirar essa tragédia da minha cabeça. Entrei na casa depois de ouvir gritos. Primeiro, pensei que fosse um assalto, mas vi o cachorro agarrado ao pescoço da senhora. Peguei uma barra de ferro e comecei a bater nele, que também tentou avançar em mim. Estava enlouquecido. Depois da segunda pancada, vi a orelha da Hilda cair e fiquei descontrolado. Ela puxava da boca do pit bull os pedaços de carne e tentava recolocá-los de volta ao seu pescoço. Hilda era extremamente carinhosa com o animal, que vivia em uma área muito pequena para o seu grande porte. Por causa da idade, ela não podia passear com o cachorro. Pit bull é um cão muito incerto, e eu mesmo já tive um do qual me desfiz na primeira ameaça.

JOAQUIM TEIXEIRA, 52 anos, comerciante

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:O Dia

Fonte:O Dia