Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Animais em extinção

Número oficial de espécies animais ameaçadas no Brasil triplica


Divulgação  
 
BELO HORIZONTE - O número de espécies da fauna brasileira que correm risco de extinção subiu de 218 para 627. Dez espécies animais estão extintas e duas existem apenas em cativeiro. Os dados são de uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e pelo Ministério do Meio Ambiente. O levantamento foi coordenado pela Fundação Biodivésitas, de Belo Horizonte, e levou 3 anos para ser concluído. A lista oficial anterior já tinha 14 anos.



O estudo foi apresentado em caráter preliminar, então os nomes científicos e  detalhes da situação das 627 espécies, contudo, não foram divulgados. O crescimento da lista, segundo os pesquisadores, está relacionado a uma compreensão mais abrangente da dinâmica ecológica dos ecossistemas nacionais, a inclusão de novos grupos, como peixes e invertebrados, a elaboração de listas estaduais e a descoberta de novas espécies.

Existem agora, segundo o Ibama, 69 mamíferos ameaçados de extinção, 153 aves, 20 répteis, 15 anfíbios, 165 peixes, sendo 140 deles de água doce, 93 insetos, 21 invertebrados terrestres, e 91 invertebrados aquáticos.
 
Entre os 10 animais extintos, estão 3 insetos, um anfíbio, 2 moluscos terrestres e duas minhocas, duas aves. Os insetos são uma formiga e duas libélulas. O anfíbio, é uma perereca, que vivia em florestas próximas a São Paulo e foi avistada pela última vez em 1888. Um dos moluscos terrestres extintos vivia em Alagoas e Pernambuco, junto a plantações de cana-de-açúcar.

O outro molusco extinto era uma das maiores espécies encontradas no país, chegava a 15 centímetros de comprimento e vivia no interior de São Paulo. Há 50 anos ele não é encontrado. As duas espécies de minhocas viviam em Minas Gerais: o minhocuçú, que atingia mais de dois metros, e a minhoca-branca, que era encontrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As duas aves extintas são a arara-azul do Sul do País, vista pela última vez em 1951, e o maçarico-esquimó. Os dois animais que agora existem apenas em cativeiro são duas aves: a ararinha-azul-de-spix e o mutum-do-nordeste.

Diante das informações, o presidente do Ibama, Rômulo Mello, disse que as espécies ameaçadas serão prioridade para o Ibama e que é preciso conservar o habitat  delas, reduzindo áreas de desmatamento e aumentando a pesquisa ambiental do país.

- A partir desta lista, que será homologada pelo Ibama, tornada oficial, essas espécies ameaçadas de extinção passam a ter proteção do estado, com um regime específico sobre sua utilização e proteção do seu habitat. A lista triplicou, por causa da disponibilidade de informações. Foram ouvidos 500 especialistas.

Ele explicou que o número de espécies ameaçadas mais do que triplicou porque o número de animais pesquisados aumentou muito em relação ao último levantamento. Foram pesquisadas 230 mil espécies, número ainda considerado pequeno, diante da estimativa que o Brasil tenha mais de 20 milhões de espécies animais.

A metodologia internacional considera um animal ameaçado de extinção quando o número de indivíduos é reduzido pela metade no período de 10 anos e ocupa área inferior a 20 mil quilômetros quadrados - equivalente ao tamanho do estado de Sergipe.

Já a extinção é considerada quando nenhum exemplar da espécie é encontrado após estudos realizados em várias épocas do ano e em todas as horas do dia. O tempo de pesquisa varia de acordo com cada espécie.
 
 
 
 
 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Walter Huamany

Fonte:O Globo