Cão invade garagem de moradora de Vila Valqueire, que leva mordida no antebraço e só escapa após vizinho atingir animal com um tiro

Marinês foi com o marido, Ronaldo, ao IML fazer exame de corpo de delito

Pit bull continua sinônimo de problema. A vítima, desta vez, foi a comerciante Marinês Brunow Moro Sarmento, 37 anos, atacada dentro de casa, no Condomínio Village das Rosas, em Vila Valqueire, pelo cão de uma vizinha. Na noite de terça-feira, o animal pulou o muro da casa de seus donos, entrou na garagem de Marinês e avançou. Ela se escondeu no banheiro da área de serviço, mas, para evitar que o animal atacasse seu filho, Ronaldo Matheus, 7 anos, soltou a porta que a protegia do pit bull. Resultado: mordidas profundas no antebraço direito.

“A pressão que o cachorro fez sobre a porta foi tão forte, que fui jogada na parede e caí no chão. Ele só saiu de cima de mim porque uma pessoa que eu não conheço entrou e atirou nele. Se o atacado fosse meu filho, com certeza, estaria morto”, contou Marinês, pouco depois de fazer exame de corpo de delito.

Os vizinhos do pit-bull exigiram, em abaixo-assinado, mais segurança

Ela e o marido registraram o caso na 41ª DP (Inhaúma) e vão à Justiça contra Ana Maria Guimarães Rocha, apontada no registro de ocorrência como a dona do animal. Na delegacia, Ana Maria garantiu que seu cão é manso. “Ela nem perguntou se eu estava bem”, revolta-se Marinês.

Vizinhos haviam feito abaixo-assinado contra cães

O caso não foi surpresa para os vizinhos. Abaixo-assinado já havia sido feito, em maio, para que os donos do cachorro tomassem providências para evitar problemas. “Minha filha é obrigada a ficar dentro de casa”, reclamou Helena Valéria Teixeira Soares, 40 anos. “Não queremos que os animais sejam maltratados ou que sumam com eles. Exigimos apenas segurança”, completou Iracema de Oliveira Almeida, 45.

Apesar dos ataques, permanece sem regulamentação a Lei Estadual 3.205, de 1999, que estipula multas de até R$ 5 mil para quem circula com pit bull sem focinheira ou fora do horário das 22h às 5h. “Semana que vem, mandarei proposta para a governadora Benedita da Silva e acredito que até o fim do mês a lei esteja regulamentada. Os donos terão de pagar indenização a quem for mordido”, afirma o autor do projeto, deputado Carlos Minc (PT). A dona do animal poderá ser acusada de omissão de cautela na guarda de animal e lesão corporal, podendo pegar de um a quatro anos de detenção.