Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

Lula mentiu falando que crise era só marola

Queda do PIB no Brasil é uma das piores do mundo

A crise econômica global abortou o maior ciclo de crescimento sustentado da economia brasileira desde o Plano Real.
O PIB (soma das riquezas produzidas no país) caiu 3,6% no último trimestre de 2008.
Foi o pior desempenho da série do IBGE iniciada em 1996. A comparação com outros países mostra que o Brasil está entre os mais atingidos pela crise, ao contrário do que o governo vinha afirmando.
 
 
 
O aumento de minguados 2,3% na produção industrial de janeiro foi muito abaixo do previsto pelo mercado, que apostava em crescimento entre 4,2% e 11%.
 
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a perspectiva de recuperação industrial é muito mais lenta do que se esperava, o que fica mais evidente diante da queda de 17,2% na comparação com janeiro de 2007, o pior resultado em 18 anos. A atividade fraca motivou palpites de maior corte na taxa básica de juros (Selic) na próxima semana.
 
“A tendência da produção continua negativa, apesar de ter parado de cair ante o mês anterior”, atestou o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales.
 
“Tal resultado não deve ser interpretado como tendência de recuperação. O que ocorre é um ajuste dos níveis de produção após a fortíssima queda nos três meses finais de 2008″, alerta, em relatório, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
 
A alta acumulada na produção em 12 meses até janeiro, de apenas 1%, é a pior para esse indicador desde fevereiro de 2004. Em quatro meses, de outubro a janeiro, o recuo acumulado do setor industrial foi de 18,2%.
 
“Pior seria se ainda houvesse queda ante mês anterior, mas não se sabe se a indústria iniciou um processo de inflexão ou, se iniciou, será suficiente para uma recuperação”, observou Sales.
 
A alta ante mês anterior interrompeu um ciclo de três meses de queda. Apesar disso, em janeiro, a produção industrial recuou aos níveis de março de 2004, mas esteve um pouco acima do alcançado em dezembro de 2008.
 
Com os resultados da indústria abaixo do esperado, alguns analistas de mercado revisaram a projeção de corte na Selic na reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) da próxima semana, de 1 ponto para 1,25 ou 1,5 ponto porcentual. Hoje, após o corte de 1 ponto em janeiro, a taxa está em 12,75%.
 
O economista-chefe da Quest Investimentos, Paulo Pereira Miguel, acrescentou meio ponto à sua expectativa, que subiu para 1,5 ponto.
 
Segundo ele, a atividade apresentará um período de fraqueza maior e por um período mais longo do que imaginado inicialmente, enquanto a inflação também prossegue com tendência de baixa.
 
Sergio Vale, da MB Associados, também revisou sua estimativa.
 
“Os dados da indústria elevam o espaço para que o Banco Central adote um corte mais intenso dos juros na próxima quarta-feira. Esperamos uma redução de 1 ponto porcentual da Selic, mas pode ser que seja 1,25 ponto ou algo superior.”
 
Os economistas da LCA Consultoria não revisaram a projeção de corte de 1 ponto para este mês, mas para outros. “Nossa projeção para a Selic nos próximos meses poderá ser revista para baixo, especialmente da reunião do Copom de abril em diante.”
 
 
 
 

Crédito:

Autor:Jacqueline Farid

Fonte:O Estado SP