Ciro e Brizola confirmam frente trabalhista na eleição presidencial
Os presidentes do PTB, PDT e do PPS reafirmaram nesta segunda-feira que está mantida a frente trabalhista em torno da candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A decisão foi anunciada depois de reunião de quatro horas no apartamento do ex-governador Leonel Brizola, no Rio, com a presença de Ciro, do senador Roberto Freire (PPS-PE) e do deputado José Carlos Martinez (PTB-PR).
Patrícia Pilar participou do encontro com Ciro. Ela está com a cabeça raspada em razão de um tratamento contra o câncer de mama, identificado em dezembro.
O líder da bancada do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), também participou do encontro.
A decisão tenta barrar a pressão de parlamentares do PTB que lutam pelo fim da frente, para que possam ser liberados para fazer alianças com outros partidos nos Estados. A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tomada na semana passada, vincula coligações regionais à aliança nacional.
"A frente trabalhista está mantida, não tem como não voltar atrás. Temos que ver de que maneira poderemos proteger nossos deputados para que não tenham prejuízos com essa decisão intempestiva e extemporânea do TSE", disse Jefferson, antes da reunião.
Uma das propostas discutidas é a de intensificar a presença de Ciro nos Estados onde a frente não puder contar com um candidato forte.
"Combinamos que no Estado onde estiver alguém mais dodói, em face das condições políticas determinadas pela frente trabalhista, vamos pessoalmente oferecer carinho e soluções politicamente viáveis", prometeu Martinez. Ciro afirmou que também fará tudo para manter a aliança.
Dentro do PTB, porém, o clima é de insatisfação. O deputado federal Sérgio Reis (SE) disse ter um levantamento mostrando que, dos 34 integrantes da bancada do partido na Câmara, 24 serão afetados caso a frente trabalhista seja, de fato, mantida.
"Se a decisão do TSE não for derrubada, vamos defender uma aliança informal com Ciro. Não podemos prejudicar o crescimento nacional do PTB", afirmou Reis, que amanhã oferecerá um jantar para dirigentes petebistas em Sergipe, para discutir a questão.
Ação
O ex-governador Brizola condenou a ação da PF (Polícia Federal) na empresa Lunus, de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney.
"Existem praxes jurídicas normais para fazer esse tipo de ação. Não é necessário preparar uma espécie de escândalo em cima de alguém que está se postulando como candidato e que está numa situação muito especial nas pesquisas. Isso é suspeito e, portanto, é preciso esclarecer", afirmou.
Brizola disse ainda duvidar que o presidente Fernando Henrique Cardoso não tenha tomado conhecimento previamente da operação policial.
| Alexandre Campbell |
 |
| A atriz Patrícia Pillar, que luta contra o câncer |
O líder da bancada do PTB na Câmara, Roberto Jefferson (RJ), também participou do encontro.
A decisão tenta barrar a pressão de parlamentares do PTB que lutam pelo fim da frente, para que possam ser liberados para fazer alianças com outros partidos nos Estados. A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tomada na semana passada, vincula coligações regionais à aliança nacional.
"A frente trabalhista está mantida, não tem como não voltar atrás. Temos que ver de que maneira poderemos proteger nossos deputados para que não tenham prejuízos com essa decisão intempestiva e extemporânea do TSE", disse Jefferson, antes da reunião.
Uma das propostas discutidas é a de intensificar a presença de Ciro nos Estados onde a frente não puder contar com um candidato forte.
"Combinamos que no Estado onde estiver alguém mais dodói, em face das condições políticas determinadas pela frente trabalhista, vamos pessoalmente oferecer carinho e soluções politicamente viáveis", prometeu Martinez. Ciro afirmou que também fará tudo para manter a aliança.
Dentro do PTB, porém, o clima é de insatisfação. O deputado federal Sérgio Reis (SE) disse ter um levantamento mostrando que, dos 34 integrantes da bancada do partido na Câmara, 24 serão afetados caso a frente trabalhista seja, de fato, mantida.
"Se a decisão do TSE não for derrubada, vamos defender uma aliança informal com Ciro. Não podemos prejudicar o crescimento nacional do PTB", afirmou Reis, que amanhã oferecerá um jantar para dirigentes petebistas em Sergipe, para discutir a questão.
Ação
O ex-governador Brizola condenou a ação da PF (Polícia Federal) na empresa Lunus, de Jorge Murad, marido da governadora Roseana Sarney.
"Existem praxes jurídicas normais para fazer esse tipo de ação. Não é necessário preparar uma espécie de escândalo em cima de alguém que está se postulando como candidato e que está numa situação muito especial nas pesquisas. Isso é suspeito e, portanto, é preciso esclarecer", afirmou.
Brizola disse ainda duvidar que o presidente Fernando Henrique Cardoso não tenha tomado conhecimento previamente da operação policial.
Crédito:Anna Beth
Autor:Murilo Fiúza de Mello
Fonte:Folha de São Paulo
