Rio de Janeiro, 21 de Maio de 2024

Parque dos Três Picos na Serra do Mar

Parque dos Três Picos na Serra do Mar

Um jequitibá de mais de 500 anos — com 12 metros de circunferência e 30 metros de altura — localizado na floresta de Boca do Mato, em Cachoeiras de Macacu, é apenas uma das riquezas ambientais do futuro Parque Estadual dos Três Picos. A abertura da unidade, que será a maior do estado, com 60 mil hectares, fechará o corredor florestal de norte a sul do Estado do Rio, que vai da Reserva da Joatinga, em Paraty, ao Parque do Desengano, em Campos. Com a criação do parque, o estado dobra seu potencial de áreas protegidas ao longo da Serra do Mar.

O dinheiro para abertura do parque dos Três Picos está saindo dos cofres da iniciativa privada, do governo alemão e de fundos internacionais de apoio à conservação da biodiversidade. O parque, rico em cachoeiras, rios, trilhas e árvores raras, absorverá R$ 8,5 milhões dos R$ 32 milhões do programa Nossos Parques, que já revitalizou o Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste do Rio.

Parques revitalizados deverão ter receita própria

Ao todo, o projeto beneficiará 18 parques em todo o estado. Os recursos são de compensações ambientais de oito termelétricas e mineradoras que estão se instalando no estado e vão exercer atividades ambientalmente impactantes. Outros R$ 8,2 milhões estão sendo usados no reflorestamento das margens dos rios Guandu, Macaé e Macacu. O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara destinou R$ 2,5 milhões que serão aplicados em sete parques no entorno da Baía.

O projeto de Três Picos será posto em prática pelo ambientalista e montanhista André Ilha, que está de volta à presidência do Instituto Estadual de Florestas (IEF). O deputado André Corrêa, ex-Secretário estadual de Meio Ambiente, foi quem negociou a maioria dos convênios necessários para a abertura do parque:

— A prioridade dos convênios é garantir a sustentabilidade dos parques. Eles serão revitalizados, mas depois terão de ter receita própria, sem depender de recursos do estado.

Na Rio, os convênios vão beneficiar três parques. No da Pedra Branca, que é a maior floresta urbana do mundo, o projeto de revitalização (no valor de R$ 4,2 milhões) está sendo executado pela Fundação Roberto Marinho e pela WWF (uma ONG especializada em meio ambiente) com recursos da Petrobras.

Na Reserva do Grajaú serão aplicados R$ 250 mil da Petrobras na reforma da sede do parque e na construção de anfiteatros, entre outras obras. Na Reserva Biológica de Guaratiba serão gastos R$ 200 mil na recuperação da sede, no plano diretor e na compra de equipamentos para a prevenção de incêndios.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, o deputado Carlos Minc disse que só sobraram 14% da área original de Mata Atlântica do estado devido ao desmatamento:

— A agenda verde foi um dos setores mais relegados pelo estado. O Parque dos Três Picos será o coração do nosso corredor florestal. Com ele, vamos iniciar a recuperação da agenda verde, duplicando a área protegida —- disse o deputado.

Crédito:Anna Beth

Autor:Paulo Roberto Araújo

Fonte:O Globo