Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

Troca de bebês em Campos é descoberta 31 anos depois

Campos - O que parecia coisa de novela aconteceu nas famílias de Miriam Anderson e Ana Cláudia Maciel: elas descobriram, após 31 anos, que houve uma troca na maternidade onde nasceram, em Campos, no Norte Fluminense, e que uma foi criada pela mãe da outra.
 
Dúvida surgiu há 14 anos, quando uma das jovens assistia à aula de Biologia
 
As dúvidas surgiram quando Miriam, aos 17 anos, descobriu, durante aula de Biologia, que o sangue dos pais não era compatível com o seu. Um exame sangüíneo comprovou que ela não poderia ser filha de Elisa Peçanha Anderson.
 
“A gente não falava muito no assunto. Minha mãe ficava chateada, e meu pai dizia que haviam me trocado na maternidade ou eu era filha de outro. O casamento ficou abalado, e eles se separaram”, contou a corretora de imóveis Miriam.
 
Após anos de angústia, Miriam e a família procuraram a TV e pediram ajuda para esclarecer a situação.
 
 
Uma emissora de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde elas moram, colaborou, mas a solução veio em fevereiro, no programa ‘Balanço Geral’, da Rede Record, apresentado pelo deputado estadual Wagner Montes.
Ana Cláudia assistiu à reportagem e percebeu que Miriam tinha nascido no mesmo dia e na mesma maternidade que ela — a Beneficência Portuguesa de Campos. Desconfiada, alertou a mãe, Ana Maria Maciel, e entrou em contato para tirar dúvidas.
 
EXAME DE DNA
 
Um exame de DNA realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Norte Fluminense e divulgado segunda-feira pelo coordenador-geral do Núcleo de Diagnóstico em Investigação Molecular, Enrique Medina, tirou a história a limpo. Mãe e filha resolveram ir a Campos.
 
“Quando nos olhamos, percebemos algo errado. Vimos muitas semelhanças e que tinha tudo para termos sido trocadas”, contou Miriam. “Estou muito abalada, mas vou me adaptar. Ela é muito parecida comigo. Ainda bem que ela mora longe, porque se eu a visse na rua, ia ficar apavorada”, contou Ana Cláudia, sobre sua nova mãe.
 
Miriam tentou, ainda em Campo Grande, um contato com o hospital, mas só em Campos achou a resposta: “Eles disseram que guardam os documentos só por 20 anos”.
 
“Estou em estado de choque porque nunca passou pela minha cabeça que minha filha era trocada. Não consigo comer e estou tomando até remédio. Meu marido está revoltado”, disse Ana Maria Maciel, contando que a nova filha será muito bem-vinda.
 
Elas não pretendem trocar de família, mas disseram que vão manter contato.
 
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Bruna Capistrano

Fonte:O Dia