Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2024

Loucos por Audrey

Belíssima, carismática e com um sorriso especial, Audrey Hepburn sempre encantou. E continua apaixonante. No próximo dia 20, completam-se dez anos da mote da atriz e alguém pode até duvidar — mas ela morreu? Para os encantados — e para multidões de meros admiradores — certamente não. Audrey é um dos maiores ícones de elegância de que se tem notícia.

Diferentemente de outras estrelas de sua época, como Marilyn Monroe, que exploravam a sensualidade, Audrey personificava uma beleza quieta, solene e misteriosa. Uma beleza cool, quase sem querer. Uma de suas imagens mais fortes é de calça Capri, sapatilha baixa e pulôver preto de gola alta, o look esportivo dos anos 50, e que hoje é regra na moda em todo o mundo. Também consagrou o pretinho básico, célebre criação de Coco Chanel na década de 20. A atriz fez valer o “estilo Audrey”, consolidado de uma vez por todas, em 1961, quando interpretou a Holly Golightly do best-seller de Truman Capote, “Breakfast at Tiffany’s” (“Bonequinha de luxo”), lindamente vestida pelo couturier Hubert de Givenchy, de quem Audrey tornou-se musa, amiga e cliente fiel. Puro encantamento.

Não há quem não caia de amores também pela doce Sabrina, no filme homônimo de 1954. Audrey — de Givenchy, claro — aparece divina cozinhando para seu par romântico, ninguém menos que Humphrey Bogart, e inspira antigos e novos admiradores. Foi justamente em “Sabrina” que a atriz Daniela Escobar a descobriu.

— Vi “Sabrina” no vídeo com 15 anos e adorei. Encantei-me pelos figurinos, ela tinha um estilo clássico e sofisticado, mas sem perder a naturalidade e a simplicidade. Virei f㠗 conta Daniela.

Talvez o fascínio de Audrey explique-se pelo fato de ela ter sido uma mulher terrena — linda, porém real — com os mesmos desejos de qualquer mulher. Se para o escritor Claudio Mello e Souza Ava Gardner foi uma paixão idealizada dos anos 50, Audrey foi a paixão materializada.

— Foi o encantamento que me ajudou a viver feliz até hoje. Audrey é eterna. Se fosse um quadro seria “Monalisa”, e se Modigliani ou Giacometti a tivessem visto teriam enlouquecido com seu pescoço comprido, um pedestal.

Outra fã inveterada, Naná Paranaguá, estilista da grife Maria Bonita, desembolsou US$ 80 por uma boneca da Audrey, na famosa loja de brinquedos nova-iorquina FAO Schwarz. Peça de colecionador, a boneca tem figurino de uma cena de “Bonequinha de luxo”, em que Audrey pára em frente à vitrine da joalheria Tiffany"s, em Nova York, com um copo de café e um croissant. Adorou? Na lojinha Objetos de Cinema, no Estação Ipanema, tem um monte de coisinhas lindas com a estampa de Audrey.

— Marilyn é mais popular, mas aqui Audrey é muito procurada — conta Lis Rudge, dona da loja.

Audrey é inspiração. A estilista Sílvia de Bossens, da Casa de Noca, mirou-se no charme da atriz para criar a coleção “A real lady drinks cocktail”, que desfilará na Fashion Rio, em fevereiro.

— Audrey será o perfume, o toque que dará alma à coleção. Busco com minhas clientes a mesma lealdade que ela tinha com Givenchy.
 
AS SÓCIAS da loja Objetos de Cinema, Lis Rudge e Adriana Frant: fãs de carteirinha

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Juliana Pinheiro Mota

Fonte:O Globo