Rio de Janeiro, 09 de Maio de 2024

A vida sem glúten - Por Carolina Lara

A vida sem glúten - Por Carolina Lara
Cerca de 300 mil brasileiros sofrem da doença celíaca  causada pela intolerância ao trigo
 
 
Imagine riscar definitivamente do seu cardápio pizza, chopp, bolos, tortas, coxinhas, macarrão, bolacha.
Essa é a realidade de 300 mil brasileiros que são portadores da doença celíaca que tem como característica principal a intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, aveia, cevada, centeios e seus derivados.
 
 
Ela induz a produção de anticorpos ao glúten, que agem no intestino delgado, atrofiando e agredindo as suas vilosidades. O resultado é a dificuldade de absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e até mesmo da água.
 
Os sintomas principais são os gastrointestinais, como diarréias, intestino preso, e perda de gorduras nas fezes. Mas são comuns ainda a perda de peso, distensão abdominal, inchaço das pernas, anemias e sinais de desnutrição calórica. Na verdade, o prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são "partes desse nutriente", que recebem nomes diferentes para cada cereal. No Trigo é a Gliadina, na Cevada é a Hordeína, na Aveia é a Avenina e no Centeio é a Secalina. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada, portanto apresenta também certa quantidade. Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos.
 
De acordo com a nutricionista Alessandra Toledo, que atende gratuitamente aos freqüentadores das lojas Mundo Verde unidades Itaim, Vila Nova Conceição, Santana e Tatuapé, o diagnóstico correto só é feito a partir do exame realizado a partir de um pedaço retirado do intestino para a analise. “Mas como os sintomas são muito genéricos e normalmente associados à outras patologias, é comum a doença ser tratada de forma errada, até se chegar ao diagnóstico correto”.
 
Alessandra afirma que a doença celíaca se manifesta em crianças até um ano de idade, mas em alguns casos, pode aparecer somente na fase adulta, dependendo do grau de intolerância. “O atraso no diagnóstico leva a deficiência no desenvolvimento da criança e a diversas complicações”.
 
Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca.
 
 
Devido a exclusão total de alguns alimentos ricos em carboidratos e fibras, Alessandra lembra que a dieta do celíaco habitualmente é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos) e proteínas (carne em geral) e em menor parte de carboidratos (massas sem glúten e açúcares). “Todo Celíaco deve diminuir a ingestão de proteínas, moderar o consumo de gorduras e aumentar o consumo de frutas, sucos naturais, verduras e legumes, tornando sua alimentação mais adequada e saudável”.
 
 
Uma opção para quem não consegue abrir mão dessas delicias proibidas, é conhecer alguns desses alimentos oferecidos em lojas de produtos naturais que ajudam a amenizar a vida e o apetite de quem sofre da doença. “Trata-se do macarrão, bolachas, farinha de banana verde, mistura para bolo, salgadinho de arroz, bala, frutas liofilizadas, sucos, geléias, chocolate, pão sueco e polvilho”, lembra Alessandra.
 
O tratamento é simples e somente onde há comprometimento do intestino é ministrado medicamento. “É preciso ter cuidado redobrado com a alimentação, que deve ser isenta de glúten e também com as frituras”, recomenda.
Excluindo a proteína da dieta, Alessandra afirma que o incomodo resultante da doença desaparece e, em grande parte dos casos, em pouco tempo. “Depois dessa etapa, o intestino começa a se regenerar e a mucosa começa a se refazer dando a sensação de cura”, explica.
 
Entretanto, vale lembrar que são necessários tomar outros cuidados, principalmente com o óleo usado em fritura. “Boa parte das vezes a dona-de-casa reutiliza o liquido, o que pode ser um risco ao celíaco dependendo do grau da doença.Beber água em um copo que não foi devidamente lavado onde alguém ingeriu wiskyie ou cerveja pode manifestar os sintomas da doença”, alerta.
 
Infelizmente, a doença não tem cura e, mesmo com os bons resultados da dieta, o paciente deve ficar atento. Ele terá que segui-la para o resto da vida. Se voltar a ingerir glúten novamente, os sintomas voltam e podem levar até a quadros complicados como a desnutrição e problemas ósseos. É comprovado também que portadores de doença celíaca têm maior tendência a desenvolver câncer de intestino e a ter problemas de fertilidade.
 
A empresária Izolda Liamara Salmi, de 54 anos, descobriu que era portadora da doença aos 48 anos após a realização de diversos exames. “Sempre passava mal e não entendia o porquê. Atribuía ao problema água de má qualidade, uma coxinha comida na rua, por exemplo ou algum outro doce qualquer. E para saber o que realmente se passava, procurei médicos das mais diversas especialidades, fiz endoscopia, eletrocardiograma, encefalograma e não aparecia nada, estava tudo normal”.
 
 
Izolda só descobriu que era celíaca após consultar um homeopata. “Quando ele me deu a notícia não acreditei. Foi difícil no começo, mas agora já me adaptei e não sofro tanto como antes mas a saudade da pizza feita de farinha de trigo ainda persiste”, confessa.
 
Saiba Mais
 
Apesar de ainda ser desconhecida, a doença celíaca é reconhecida desde o século XI.
Em 1888 um pesquisador inglês, Samuel Gee, descreveu a doença em detalhes e achou que poderia estar relacionada ao consumo das farinhas. Durante a segunda guerra mundial, o pediatra holandês Dickie observou que a incidência da doença havia diminuído. Com o racionamento dos alimentos, o pão havia se tornado um alimento escasso. Três anos depois, o médico conseguiu comprovar a sua relação com o consumo de glúten e, consequentemente, das farinhas.

 
Sobre o mundo verde Itaim, Tatuapé, Vila Nova Conceição e Santana
Sediadas em São Paulo, as quatro das maiores lojas do mundo verde têm como foco principal oferecer aos seus freqüentadores e parceiros produtos que proporcionam uma melhor qualidade de vida. No total, são mais de 7 mil itens divididos em diet/light, cereais, chás, sem glúten,  sem lactose, mel e derivado, produtos zen, orgânicos, cosméticos, livros e suplementos para atletas. Durante toda a semana, um especialista oferece orientação nutricional, além de massoterapia e aplicação facial de argila.
 
 
Email: carol@orbitaltec.com – tel: (11) 9250.4038
 

Crédito:Carolina Lara

Autor:Carolina Lara

Fonte:Assessora de Comunicação Mundo Verde