Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

O mundo está complicado...

Hoje, como em nenhum outro momento, as pessoas deixam de viver tranqüilamente. Primeira página do jornal de ontem, de hoje ou de amanhã: assaltos, seqüestros, roubos, tiros, tráficos, guerra. Será que ainda existem lugares seguros onde as crianças saem às duas da tarde e voltam às oito da noite?

 

Raúl Candeloro, editor da revista VendaMais, dá palestras em todo o país e sempre que viaja acaba se apaixonando por alguma cidade pequena. Aí ficamos pensando onde vamos morar para criar nossa família com tranqüilidade e segurança e ainda continuar com as facilidades que uma cidade grande oferece. Já começou a ficar complicado.

 

Se optarmos pela comodidade dos grandes centros acabamos tendo que nos “moldar”. Andar de carro com o vidro fechado. Não dá para ter mais do que R$20,00 na carteira e nem cartão do banco. Não dá para deixar as crianças andarem de bicicleta na rua.

 

A mulher nessa confusão, fica em desvantagem em vários aspectos. Primeiro porque acaba sendo alvo “fácil” – a probabilidade de uma mulher reagir a um assalto é bem menor que a de um homem. Depois porque a mulher acaba querendo colocar a família em baixo da sua asa, protegendo a todos das calamidades.

 

Bush querendo atacou o Iraque enquanto manifestantes de diversos países tentavam impedir. Como é que um homem pode conseguir complicar tanto? Só aquela suspeita do ataque já havia causado um reboliço perdendo um tempo, e muito (muito!) dinheiro precioso que poderiam ter sido usados de maneira mais eficiente. O engraçado é que esse pessoal acha que violência se cura com violência. Como disse um colega meu, Bush está precisando é de uma boa mulher.

 

Eu acredito que o mundo está precisando é de mais envolvimento. De mais causas e objetivos. Hoje a primeira coisa que as pessoas deixam escapar são seus valores. Aqueles que eram defendidos com unhas e dentes por nossos antecedentes e que eram as primeiras coisas que as crianças aprendiam. Ser honesto, fazer o bem, respeitar o próximo como a si mesmo. Na dúvida, a gente se garante e os outros que corram atrás.

 

É importante olharmos para o lado e ver que há mais pessoas compartilhando o mesmo mundo. E ainda tem gente que joga papel na rua, que fuma em local proibido ou em cima de uma criança, ou deixa o som do carro ligado no último volume. Isso também é violência. Só que essa não sai no jornal e nem tem manifestações para acabar com ela, infelizmente.

 

Viver ficou complicado. Para virar o jogo depende do trabalho, da consciência de cada um e dos presidentes do mundo acertarem a mão. Aprenderem que violência não se resolve com violência. É preciso manter a integridade e o respeito pelo mundo.

 

Sim, nós mulheres gostamos de conversar sobre a relação. De dialogar, de contar histórias. Gostamos de beijos e abraços, de bom humor, de paciência, de falar baixinho. Tentamos resolver tudo com uma boa conversa. E talvez essa seja a principal lição que nós mulheres trazemos e por isso é tão importante mantê-las para conseguirmos disseminá-las para todas as sociedades.

 

 

 

 

Marília Zanim – Editora da revista Mulher Executiva (www.executivas.com.br)

Crédito:Marília Zanim

Autor:Marília Zanim

Fonte:www.executivas.com.br