Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

A falta do afeto, afeta?

A cada dia que passa tenho sinais de que o sentimento do afeto é fundamental para o bom relacionamento entre as pessoas.
 
 
Ter afeto no sentido de ter afeição por alguém, ou até mesmo por inclinação, simpatia, amizade, amor e outros sentimentos similares, são comportamentos emocionais de uma sensação que une as pessoas.
 
Não tenho dúvida de que é esse o elo entre as pessoas e o que nos faz sermos seres altamente sociáveis, ou seja, vivermos em grupo e sempre estarmos na companhia de alguém.
 
Naturalmente entre as pessoas que nutrem esse sentimento de afeto, pois aquele que se isola, não teria condições de usufruir deste relacionamento prazeroso.
 
Ao ouvir este final de semana uma palestra do professor e escritor Gabriel Chalita, figurinha carimbada nos meios acadêmicos, literários e políticos, tive a confirmação deste sentimento nobre que classifico a afetividade.
 
Sinto-me uma pessoa assim, pois gosto de viver em grupos, necessito do feedback das pessoas e sempre quero estar em companhia de muitas pessoas.
 
Preocupo-me com o outro em todos os níveis e muitas vezes absorvo problemas e alegria das pessoas que amo.
 
Sinto-me como um torcedor fanático que explode de emoção ao ver o gol do time em qualquer partida. Imagino que eu tenha afeto pelas pessoas que estimo.
 
Certa vez o psicoterapeuta Ivan Capellato disse em uma de suas palestras que a relação do afeto está ligada ao fato deste sentimento afetar ou não outra pessoa.
 
Naturalmente o trocadilho do título deste artigo é exatamente chamar a atenção para o sentimento amoroso com relação ao sentimento de interesse.
 
Quem não tem afeto (sentimento) não é afetado (atingido).
 
Gosto desta frase que de forma direta sintetiza muito bem a falta desta emoção que considero básica para uma pessoa do bem.
 
Penso que tudo que quero, de fato, de bom para mim e para os outros, tem que afetar sobremaneira nossas vidas.
 
O afetar neste sentido é fazer a diferença da ausência de um prazer em relação ao outro.
 
Se uma pessoa que gosto está infeliz, isto tem que afetar-me, pois, do contrário o que sinto por esta pessoa na realidade não é tudo isso que imaginava ser.
 
Depois de ouvir e entender o que Capellato e Chalita disseram, passo a observar melhor este sentimento que tenho pelas pessoas que estão ao meu redor.
 
Vou procurar fazer a seguinte pergunta, quando notar algo de estranho na pessoa que gosto:
Se “tal pessoa” não está bem, isto me afeta?
 
Se eu chegar a conclusão que não me afeta, será um sinal de que o afeto que tenho por ela não é tão significativo.
 
Daí vou saber dosar para encontrar o ponto de equilíbrio suportável, afinal, devo preocupar-me com as pessoas que gosto, mas não ao ponto de colocar em risco a minha situação.
 
Para eu poder ajudar, preciso estar forte e seguro, do contrário, sou eu quem precisa de ajuda.
 
Quando percebo que uma atitude minha, boa ou ruim, afeta alguma pessoa, certamente devo sentir-me bem.
 
É um sinal de que tenho um significado para aquela pessoa.
 
É lógico que meu comportamento ruim é inconsciente, porque não faria isso de forma proposital se essa pessoa é relevante a mim.
 
Assim sendo a pergunta se meu afeto é afetado pode ser feita tanto para as minhas ações, como para as ações dos outros, e desta forma, vou avaliando o grau de importância que cada pessoa tem em minha vida.
 
Essa experiência parece-me interessante e assim sendo, sugiro que mais pessoas passem a questionar este tipo de situação, pois, segundo os estudiosos é uma excelente maneira de interagir de forma agradável com as pessoas que amamos.
 
Será uma forma, também, de disciplinarmos nossos comportamentos perante os outros, uma vez que, sempre queremos agradar e jamais desejaríamos algo de ruim para aqueles que gostamos e queremos que permaneçam em nossa volta.
 
Não tenho dúvidas que isso irá melhorar a visão que tenho das pessoas, e perceberei em breve que as pessoas também notarão a mudança em meu comportamento.
 
Não existe algo pior, no comportamento humano, do que a indiferença.
 
Vejo isso como algo nocivo nas relações entre pessoas e o pior dos piores sentimentos.
 
Conheci pessoas que se definharam por causa da indiferença alheia, como já assisti pessoas triunfarem com excessiva torcida.
 
Naturalmente aquele que venceu, era uma pessoa querida, enquanto que o outro, nem tanto assim.
 
Desejar ser uma pessoa querida pelos outros, independente de quem seja, é o objetivo de todos.
 
Se assim for, que passemos a questionar quem e o que nos afeta entre as pessoas que convivemos.
 
Vamos procurar desenvolver o sentimento do afeto, afetando positivamente as pessoas, que certamente seremos afetados de forma agradável.
 
Percebo que este tipo de sentimento afetivo só é correspondido com coisa boa, pois aquele que se preocupa com o outro, terá a preocupação dos demais.
 
É uma troca de preocupação mútua.
 
Primeiro atinja o campo da observação, para na seqüência agir conforme a necessidade, dosando a retribuição com relação ao valor e ao significado que determinada pessoa tenha.
 
Cuidado, pois, muita preocupação e atenção provocam sentimentos contrários, sufocando e distanciando as pessoas, que um dia tiveram um sentimento bom entre elas.
 
Muito afeto, pode afetar a boa relação.
 
Pense nisto.
 
 
Márcio C Medeiros é radialista e jornalista

Blog: http://marcio-medeiros.blogspot.com
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Crédito:Luiz Affonso

Autor:Márcio Cavalca Medeiros

Fonte:Eficaz Comunicação Empresarial