Rio de Janeiro, 24 de Abril de 2024

Humilhação no trabalho? Defenda-se

A expressão "assédio moral" ainda é nova no Brasil, mas muita gente conhece de perto o problema a que ela se refere: humilhação de empregado pelo chefe, constrangimento e pressão psicológica no trabalho.

Já passou por situações desse tipo? Quando elas se tornam comuns e repetitivas, pode estar configurado o assédio moral e você tem como se defender. Aprenda a identificar o problema e o que fazer se você é vítima de abusos do seu chefe.

É assédio moral?

Saiba como reconhecer se seu chefe está passando dos limites

Nem sempre o assédio moral é fácil de ser identificado. Na maioria das vezes, o agressor usa métodos sutis que, repetidos freqüentemente, acabam com a autoconfiança do subordinado. Um ato isolado ou um jeito de falar mais agressivo, em um momento de tensão, não configuram assédio. Mas você pode ser uma vítima se, por um longo período de tempo e de maneira constante, seu chefe...

... retira sua autonomia.
... contesta a todo momento suas decisões.
... restringe ou proíbe seu acesso a instrumentos de trabalho como telefone, fax, computador.
... sobrecarrega você de novas tarefas.
... induz você ao erro.
... retira o trabalho que normalmente lhe compete.
... não lhe dirige a palavra. Só se comunica por escrito ou por e-mail.
... separa você de seus colegas.
... ignora sua presença, dirigindo-se apenas aos outros.
... usa insinuações pejorativas para qualificá-la.
... faz gestos de desprezo, como suspiros, olhares desdenhosos, levantar de ombros.
... espalha rumores a seu respeito.
... diz que você tem problemas psicológicos.
... zomba de suas características físicas.
... passa tarefas humilhantes.
... implica com suas crenças religiosas ou convicções políticas.
... fecha a porta na sua cara.
... fala com você aos gritos.
... não leva em conta seus problemas de saúde.
... critica sua vida privada

Manual de defesa

O que fazer nos casos de assédio moral

Luciana Marinelli

Se você está sendo vítima de assédio moral, precisa se cercar de cuidados e não se isolar. Antes de a situação chegar ao limite - demitir-se ou ser demitida -, é importante se fortalecer emocionalmente e tentar ser ouvida. Veja algumas orientações:

Mantenha o sangue-frio - Não se deixe levar pelas tentativas de desqualificação profissional. Procure reagir com indiferença às provocações e nunca revide na mesma moeda.

Peça esclarecimentos - Se ainda houver chance de diáologo, tente esclarecer ordens que dêem margem a mal-entendidos e defenda-se das críticas. Seja firme, porém calma.

Desconfie - Feche as gavetas à chave, leve sempre com você a agenda profissional ou o relatório importante em que estiver trabalhando. Mesmo quando sair apenas para o café. Assim preserva informações que podem ser distorcidas.

Reúna provas - Guarde e-mails, tire cópias de documentos e faça uma espécie de diário das agressões anotando inclusive quem as presenciou para eventualmente testemunhar a seu favor.

Procure ajuda - O departamento de recursos humanos e o médico do trabalho da empresa podem ser uma opção, mas nem sempre estão preparados ou dispostos a ouvir e a ajudar. A saída então é procurar o sindicato da categoria ou um advogado para assegurar direitos trabalhistas e estudar a hipótese de um processo por danos morais. Se você é funcionária pública, saiba que já há leis em vários municípios que prevêem punição para esse tipo de perseguição. O site www.assediomoral.org traz informações atualizadas sobre o avanço da legislação nesse sentido em todo o país.

 

 

 

 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Luciana Marinelli

Fonte:Claudia