Lado a lado com o anticoncepcional
Os preservativos, muitas vezes deixados de lado nas relações sexuais, constituem uma alternativa confiável para evitar a gravidez.
A camisinha é, também, o melhor método para evitar uma ocorrência grave: as doenças sexualmente transmissíveis (DST).
“A mulher costuma separar a relação entre ficar, namorar, noivar e casar. Quando estão ficando, usam o preservativo, mas, ao passarem para o namoro, já acabam deixando de lado. A questão é que, em grande parte das vezes, não há diferença entre ficar e namorar. Não se sabe quanto tempo esse relacionamento vai durar. Não se sabe se ela é a única mulher com quem aquele homem tem relações sexuais naquele momento”, alerta o ginecologista Sérgio Passos Ramos.
Estimativas da Organização Mundial da Saúde dão conta de que, anualmente, cerca de 340 milhões de casos de DST ocorrem pelo mundo.
No Brasil, acredita-se que, por exemplo, ao redor de 937 mil pessoas tenham sífilis, e mais de um milhão e meio, dentro da população sexualmente ativa, precisam lidar com a gonorréia.
Os riscos para quem não se protege corretamente
As doenças sexualmente transmissíveis, que, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas, são uma das mais freqüentes portas de entradas para a Aids.
O vírus HIV alcança a corrente sanguínea por meio das feridas deixadas nos órgãos genitais.
Para as mulheres, particularmente, as DST constituem em um problema mais difícil de lidar porque, muitas vezes, seus sintomas passam despercebidos por serem confundidos com reações normais do organismo feminino.
No caso de mulheres grávidas, as doenças sexualmente transmissíveis podem ser passadas para o bebê durante a gravidez ou no momento do parto.
Há a possibilidade de lesões no feto e, até mesmo, de aborto.
Camisinha: Ainda a melhor proteção
Hoje não existe no mercado método mais eficiente do que a camisinha para evitar a gravidez e proteger contra DST.
Mesmo assim, a proteção não é utilizada, ainda, em grande parte das relações. Curiosamente, não são os homens que costumam tomar essa iniciativa.
“Segundo levantamentos que fizemos, são as mulheres que pedem para que não se use camisinha no ato sexual, pois isso significa um passo a mais no relacionamento. E, hoje, aumenta a incidência de HIV entre elas. É preciso, portanto, incentivar o uso do preservativo, fazer campanhas nesse sentido, algo na linha de ‘camisinha é amor’”, sugere Ramos.
A camisinha feminina, alternativa segura de proteção, é um produto que não funcionou no Brasil.
“Não é uma maneira de incentivar o uso do preservativo. Trata-se de uma opção que, aqui, não foi para frente porque é considerada feia, desconfortável, cara. Não agrada nem a homens nem às mulheres”, explica o ginecologista.
Ramos recomenda, também, que tanto homens quanto mulheres façam visitas ao médico pelo menos uma vez ao ano, além de exames freqüentes para Aids e sífilis.
Elas não devem utilizar anticoncepcionais sem receita médica.
Na hora da relação, alguns cuidados são importantes para se assegurar o uso correto do preservativo:
•Utilize a camisinha desde o início do contato do pênis com a vagina. O preservativo masculino deve ser colocado com o pênis ereto. O feminino pode ser posicionado até oito horas antes da relação.
•Não use o mesmo preservativo mais de uma vez, pois a proteção contra a gravidez e as DST deixa de ser eficaz.
•Mantenha a camisinha em locais frescos e secos.
•Nunca abra a embalagem com os dentes ou outros objetos que possam danificar a camisinha.
•Sempre verifique a data de validade do produto e a presença de certificação do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial).
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Sérgio Passos Ramos
Fonte:Universo da Mulher