A ortodontia é a especialidade da odontologia que visa prevenir, diagnosticar e corrigir os problemas de más oclusões, devolvendo a função e estética ao paciente, interferindo positivamente na sua auto-estima e aspecto social.
Muitos problemas ortodônticos surgem na primeira infância e são mais facilmente tratáveis durante a fase de crescimento.
Uma simples consulta ao especialista e um bom diagnóstico podem ajudar a evitar ou mesmo amenizar uma série de problemas funcionais e estéticos que uma criança poderá ter na fase adulta.
A má oclusão – conhecida popularmente como “mordida errada” – pode trazer inúmeras conseqüências para a vida das pessoas.
A mordida é muito importante para o equilíbrio das estruturas orofaciais e para que suas funções sejam desempenhadas de forma adequada, é necessário que haja um correto posicionamento e alinhamento do maxilar superior (maxila) e inferior (mandíbula).
Além de alteração da função mastigatória, o mau posicionamento de dentes nas bases ósseas e diferença de desenvolvimento dos maxilares, como crescimentos alternados para maior ou menor tamanho, também pode causar dores, prejudicar a estética facial e até o emocional do paciente.
O crescimento do rosto é influenciado pelo desenvolvimento adequado da respiração, mastigação, fonação e deglutição.
A má oclusão prejudica todas essas funções e, portanto, a atuação preventiva do ortodontista é recomendável exatamente no período em que o crescimento ósseo está ocorrendo, para evitar problema na fase adulta.
Alterações de oclusão também podem ser desencadeadas quando a erupção dos dentes-de-leite ocorre fora da ordem.
Geralmente o nascimento se inicia pelos incisivos - os dentes da frente. Se os caninos apontam antes, pode ocorrer a chamada mordida cruzada, nesse caso, os pais devem procurar um odontopediatra.
Por isso, os tratamentos ortodônticos e ortopédicos maxilares são de fundamental importância para corrigir a mastigação e prevenir problemas de articulação.
Conforme o problema a ser resolvido, o ortodontista pode utilizar-se durante o tratamento de aparelhos fixos, removíveis, controle dos fatores etiológicos, entre outros.
Veja abaixo um resumo dos principais problemas ortodônticos, que podem ser de ordem dentária, como um pequeno giro ou um desalinhamento dos dentes, de ordem esquelética, como um excesso de crescimento maxilar, ou mesmo funcional, quando o paciente se queixa, por exemplo, de dificuldade para mastigar.
Apinhamento
Apinhamento
O apinhamento dentário é o problema ortodôntico mais comum e está geralmente relacionado a um excesso de volume dentário ou a uma base óssea pequena demais para comportar os dentes. A gengiva e os ossos nas regiões de apinhamento podem se tornar excessivamente finos e retrações gengivais podem se desenvolver.
Espaços (diastemas)
Espaços (diastemas)
Espaços podem existir e ter como conseqüência o acúmulo constante de alimentos e placa bacteriana, podendo levar ao desenvolvimento de problemas na gengiva e cárie.
Biprotrusão
Biprotrusão
Muitas vezes os dentes anteriores e posteriores estão ocluindo (se encaixando) de maneira correta. Entretanto, o perfil do paciente se encontra excessivamente convexo, conferindo um aspecto "cheio" e/ou "bicudo".
Mordida aberta
Mordida aberta
Quando os dentes da maxila e da mandíbula não se encontram, caracteriza-se uma mordida aberta.
Este problema pode estar relacionado com uma deficiência de crescimento da maxila, ou ser o resultado de respiração bucal, amígdalas excessivamente grandes ou hábitos de chupar dedo e/ou chupeta e deglutir incorretamente.
Mordidas cruzadas
Mordidas cruzadas
As mordidas cruzadas caracterizam a situação onde um ou mais dentes da maxila não estão recobrindo os dentes da mandíbula.
De ordem esquelética ou dentária, as mordidas cruzadas devem ser tratadas o mais precocemente possível, de modo a permitir o desenvolvimento correto da oclusão e das bases ósseas e não causar assimetria facial.
Margareth Dias é formada pela Universidade Estadual de Campinas –UNICAMP.
Especialista em Odontopediatria, Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares também pela UNICAMP.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Margareth Dias
Fonte:UNICAMP