Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Cuidados com a pele do recém-nascido

Nos cuidados diários com a pele do recém-nascido deve-se evitar a destruição do manto ácido que o reveste, já que esta substância possui propriedades bactericidas.

Banhos com sabonete alcalinos devem ser evitados, dando-se preferência aos banhos com água morna. E ainda, evitar o uso de cremes, loções ou talcos que podem alterar esse manto protetor.

"Até o 30º dia de vida do recém-nascido são indicados apenas cremes preventivos de assaduras a cada troca de fraldas", diz a dermatologista Dra. Carla Albuquerque, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A pele do recém-nascido exerce importante papel fisiológico na regulação da temperatura, bem como barreira protetora contra infecções. Embora todos saibam que a pele do bebê é macia e suave, no período "neonatal" a criança freqüentemente apresenta alterações na pele. Entre elas:

Vérnix caseoso: ao nascer, a pele do recém-nascido está recoberta por essa substância "graxenta", que possui propriedades bactericidas. Recomenda-se não removê-lo, deixando que seu desaparecimento ocorra espontaneamente;

Mancha mongólica: mancha cuja tonalidade pode variar do azul até o cinza, mais freqüente na região lombar e glútea. Acomete principalmente os recém-nascidos da raça negra e tende a regredir espontaneamente durante a infância;

Cútis marmorata fisiológica: manchas produzidas pela dilatação dos vasos da pele, conferindo aspecto reticulado, principalmente nas pernas dos recém-nascidos quando expostos ao frio. Esse quadro é transitório e fisiológico, regredindo espontaneamente;

Hiperplasia sebácea: são bolinhas pequenas e esbranquiçadas que surgem principalmente no dorso nasal e lábio superior. Resulta da estimulação pelos hormônios da mãe das glândulas sebáceas do recém-nascido. Não é necessário tratamento, uma vez que desaparece naturalmente após algumas semanas.

Miliária: mais conhecida como "brotoeja" é o resultado da obstrução parcial dos dutos sudoríparos da pele do recém-nascidos em função de sua imaturidade. Fatores que favorecem a transpiração, como roupas muito quentes e ambientes com baixa ventilação, tendem a piorar esse problema;

Acne neonatal: quadro semelhante à acne ("espinhas") que acometem a pele da face principalmente dos bebês do sexo masculino, devido estimulação pelos hormônios da mãe. Regride espontaneamente em algumas semanas;

As mamães devem estar atentas também ao que vestir no bebê. As roupas de tecidos sintéticos ou crianças muito "agasalhados" podem contribuir para uma tendência maior a ter miliária ("brotoeja"). Diante disso, é importante que as roupas novas sejam lavadas antes de usá-las do recém-nascido, inclusive as de cama; nos primeiros meses, é indicado lavar a roupa do nenê separadamente, e ainda, usar sabão neutro e enxágüe duas vezes. "Os tecidos mais indicados são os de fibras naturais, como o algodão", fala a médica.

A exposição solar na medida certa é bastante importante para a pele do nenê. Estudos mostram que cinco minutos de exposição solar, três vezes por semana, são suficientes para a produção de vitamina D pelo organismo do bebê. "As mães devem levar seus filhos ao dermatologista assim que aparecer qualquer alteração na pele da criança, para que o problema seja devidamente avaliado e, quando necessário, tratado com medicamentos. Nunca fazer automedicação em recém-nascidos", alerta Dra. Carla.

Crédito:Cris Padilha

Autor:Keyla Assunção

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