A psicoterapeuta e líder coach Maura de Albanesi comenta sobre o tema e explica porque sentimentos reprimidos prejudicam a vida das pessoas e o relacionamento em sociedade
"Ele não tem papas na língua e diz sempre a verdade", essa afirmação tem muito a ver com pessoas que não se intimidam em falar tudo o que sentem e pensam, em quaisquer situações. Mas até que ponto é saudável e coerente manter toda essa transparência?
A psicoterapeuta e líder coach Maura de Albanesi afirma que "abrir o coração" e falar tudo o que sente e pensa é algo extremamente positivo, desde que a pessoa seja "dócil e amorosa", em seu jeito de agir e se relacionar com os demais.
Neste caso, seria como dizer um ‘não’ com polidez, o que tende a ser mais agradável, do que um ‘sim’- mencionado de forma ríspida.
"Às vezes, as pessoas acham que expor os sentimentos é algo grosseiro, duro e que pode magoar o outro. Mas quando expomos o que sentimos, de fato, estamos nos expressando e isso é saudável. Não significa, de maneira alguma, agir por impulso, se expressar de maneira grosseira e ferir os sentimentos do outro. Vamos adotar sempre a gentileza em nossas ações. É possível, sim, ser verdadeiro e se expressar de forma polida e educada", destaca.
De acordo com a especialista, manter essa franqueza no modo de ser e agir, é importante para deixar as situações mais claras para os demais e favorecer uma relação saudável e de cumplicidade entre as pessoas.
"Além disso, também se trata de uma forma de sermos sinceros e trazer mais autenticidade a nossa vida. E quando somos autênticos e verdadeiros, o nosso corpo vivencia mais equilíbrio. Todas essas questões refletem bastante em nossa saúde e bem-estar", ressalta.
Dizer uma coisa, pensar outra
Maura explica que toda vez que a pessoa mente, o seu corpo age como uma espécie de "detector de mentira", ele capta uma alteração na circulação sanguínea e coração, o que vigora um conflito interno.
Segundo a psicoterapeuta, essas mudanças acontecem quando as pessoas pensam e sentem uma coisa, mas falam outra, completamente diferente do pretendido.
"Essa falta de transparência é identificada pelo corpo e tudo isso gera um estresse, criando um desequilíbrio em nosso organismo. Pequenas ondas de estresse são emitidas, quando não agimos com sinceridade. Isso acarreta problemas em nossa saúde ao longo do tempo. Estresse nunca é saudável para o nosso corpo e mente. É melhor ser autêntico e se expor - sem medo de ser retaliado, mas a pessoa não pode abrir mão da educação e polidez", pondera.
Culpar-se por dizer o que pensa
Em muitas situações, os indivíduos que costumam dizer com franqueza o que pensam podem se condenar por terem essa atitude, por acharem que estão magoando as pessoas.
"Não devemos nos cobrar tanto por isso, pois os assuntos que mencionamos podem ser úteis e essenciais para ajudar o outro a vislumbrar possibilidades e enxergar novos caminhos. Você pode se surpreender, ao pensar que vai ser criticado, mas o outro reage de forma positiva", destaca. Para finalizar, Maura aconselha: "Expor o que sentimos faz com que tenhamos uma cumplicidade e intimidade verdadeiras com o outro extremamente importante para manter nossos laços afetivos e lidarmos com todos os desafios que a vida nos propõe. Sejamos autênticos e verdadeiros conosco e com os outros".
Maura de Albanesi é mestre em Psicologia e Religião pela PUCSP, Pós-Graduada em Psicoterapia Corporal, Terapia de Vivências Passadas (TVP), Terapia Artística, Psicoterapia Transpessoal e Formação Biográfica Antroposófica, atua com o ser humano há mais de 30 anos.
Site: http://mauradealbanesi.com.br/
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Letícia Veloso
Fonte:Holding Comunicações