Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

Você sabe ouvir?

Tão importante quanto saber falar, é saber ouvir. Muitas vezes somos traídos pela tendência de falar sem pensar.
 
Podemos dizer   que saber ouvir caminha ao lado de saber falar; sugiro agora uma pequena reflexão: quantas vezes respondemos antes que nosso interlocutor tenha concluído seu pensamento?
 
Quantas vezes começamos a ficar impaciente enquanto o outro procura fazer-se entender?
 
Quantas vezes apressamos, monopolizamos paralisamos os que tentam exprimir seus pensamentos, com a nossa expressão facial de desaprovação, invalidação, menosprezo e desqualificação?
 
Quantas vezes já fizemos com que o outro parasse de falar, por sentir que não adianta tentar completar seu pensamento?
 
Baseado nessa reflexão como estão suas relações interpessoais?
 
Saber ouvir exige que façamos opção consciente em apreender o que se passa com o outro, de forma solidária e sem preconceitos, com o objetivo de buscarmos o entendimento.
 
O diálogo nem sempre é uma tarefa fácil, pois envolve a disponibilidade para aprender novas idéias, quando antes gostaríamos de ensinar; humildade para reconhecer que não somos perfeitos e que não sabemos tudo a respeito de todos os assuntos e admitir a coerência de fundamentos e idéias que não são nossos.
 
Ouvir é muito diferente do ato de escutar.
 
Escutar é o uso puro e simples do sentido da audição e só não escuta quem é surdo.
 
Ouvir vai além do simples ato de escutar, é uma ação mais profunda pois nos envolve por inteiro e é um processo ativo, ao contrário do que muita gente imagina.
 
É também, a mais extraordinária das artes a ser dominada pelo homem. ouvir é renunciar!
 
Vivemos imersos em cogitações pessoais e é raro conseguirmos passar algum tempo sem pensar em nós mesmos. Talvez por essa razão a maioria das pessoas ouça tão mal, ou simplesmente não ouça
 
Sugiro alguns pontos que podem lhe ajudar a ser um melhor ouvinte:
Fale menos, pois você não pode ouvir enquanto estiver falando.
Deixe o outro terminar suas frases sem interrompê-lo.
 
Ouça sem ficar contra-argumentando internamente, isto dificulta a sua compreensão.
 
Acalme a sua mente! 
 
Não discuta mentalmente enquanto ouve!
 
Controle suas emoções, pois elas podem constituir sérias barreiras à comunicação eficaz.
 
Coloque-se no lugar do outro para poder compreender o que ele está dizendo.
 
Pergunte quando não entender, quando sentir que precisa de mais esclarecimentos; e também quando desejar mostrar que está escutando.
 
 
Reaja às idéias e não à pessoa.
Discordância não é sinônimo de rejeição.
 
 
Evite julgamentos precipitados, espere até que todos os fatos sejam colocados antes de fazer qualquer julgamento.
 
Quando os fatos colocados o abalarem emocionalmente, diga que vai esperar algum tempo antes de responder, aproveite esse tempo para refletir e só depois responder.
 
Quando compreendemos o outro, muitas vezes passamos a nos compreender melhor.
Olhe nos olhos enquanto conversa e encoraje o outro a continuar falando.
 
Não converse assistindo à televisão ou lendo um jornal, alem de falta de respeito e de educação, desestimula o diálogo e impele o outro à buscar outras pessoas para falar (até mesmo sobre você).
 
Saber ouvir leva tempo, prática e paciência. É uma arte que mantêm vivos o respeito, a afeição, a amizade, o sentimento de confiança que o outro deposita em nós. Faz com que nossos clientes, colegas de trabalho, filhos, cônjuges e namorados, sintam-se como pessoas importantes e amigos privilegiados.
 
Assuma, hoje mesmo, um compromisso de falar menos e ouvir melhor.
 
 
 
 
(*) Kátia Horpaczky
Psicóloga Clinica, Psicoterapeuta Sexual, Família e Casal.
 
 
 
 
 

Crédito:Katia Horpaczky

Autor:Katia Horpaczky

Fonte:Universo da Mulher