Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

D.E.S.A.S.S.I.S.T.I.D.A.S

D.E.S.A.S.S.I.S.T.I.D.A.S
Os burros que nos desculpem, mas inteligência é fundamental
 
Por que uma pessoa deve ser bonita?
Não sabemos.
 
Quando surgiu essa necessidade?
Também não podemos afirmar, mas acreditamos que ela acompanha a humanidade desde os primeiros tempos.
 
O que muda é o padrão, de acordo com a época, com a cultura vigente, mas é sempre uma beleza associada ao poder. No Renascimento, o padrão de beleza eram as gordas de Botticelli, cujas formas arredondadas  e pele alva eram fruto de ócio: mulheres ricas não precisavam mover uma palha, assim, não correriam o risco de ficarem magras e queimadas de sol (características hoje muito bem quistas pelo padrão vigente).
 
Dizem que o ser humano busca instintivamente a beleza e que ela é associada à simetria e ao equilíbrio. Porém, não sei se a maioria dos belos que conhecemos são equilibrados.
 
Mas, você ainda está se perguntando sobre a necessidade de ser bonito.
Afinal, hoje, quem não é lindo? A beleza não mora mais numa delicada mecha de cabelo (cacheado ou liso) que cai sobre um olho. Ela é perfeita, quase robótica. Ao menos na TV, revistas e páginas da web.
 
Mas essa é uma beleza para consumo, pronta e etiquetada. Uma beleza asséptica e insípida. No dia a dia, na vida real mesmo, a beleza compreende uma série de atributos que vão além de uma pele imaculada. Atributos que nenhum Photoshop é capaz de criar.
 
Talvez seja essa a razão da beleza de capa de revista ser tão perfeita: é seu único recurso. É preciso exagerar, maximizar as qualidades a ponto de criar um belo intimidador para conseguir impressionar.
O “belo Photoshop” não consegue captar a poesia um sorriso desalinhado. A singularidade de cada sarda sobre o colo.
 
Uma bela foto, por mais bela e perfeita que seja, ainda assim, não possui cheiro, nem flutua no ar por alguns segundos como uma gargalhada.
 
Pense nas pessoas mais bonitas que já conheceu: na escola, no trabalho, no ônibus ou na rua. O que mais lhe chamou a atenção, com certeza, foi a singularidade daquela beleza. O que havia de único e especial nela. E mesmo assim, haverá quem discorde de seus critérios.
 
O belo é muito mais complexo, pois envolve subjetividade.
Se é preciso ser bonito? Não. Sim.
 
Tudo depende do que é o belo.
 
É preciso acabar com a fantasia e viver a realidade. Viver o agora. Deixar-se intimidar por uma foto é algo tolo.
Será que não há mais valor na inteligência?
Se antes as mulheres eram oprimidas pela igreja, que designava comportamentos, o que era aceitável ou não, hoje a mulher sofre com a perfeição obrigatória.
 
Revistas de beleza, padrões estéticos ridículos, top models: fantasias criadas para vender mais e que acabam por colocar a mulher sob a pressão de uma imagem irreal.
Mesmo sendo capaz de tantas realizações, mesmo tendo rompido barreiras e preconceitos no último século, a mulher continua atada, agora por sua imaginação.
 
Liberte-se! Livre-se dos padrões, dos limites!
 
Aposte no poder de sua individualidade, isso vai tornar você muito mais interessante que o aplique de cabelo usado por alguma atriz numa capa de revista.
 
 
Assinam o artigo:

 

Crédito:Fatima Freire

Autor:DESASSISTIDAS

Fonte:www.desassistidas.com