Nada é permanente, exceto a mudança.
(Heráclito de Éfeso)
As pessoas não resistem às mudanças, resistem a ser mudadas.
É um mecanismo legítimo e natural de defesa.
Insistimos em tentar impor mudanças, quando o que precisamos é cultivar mudanças.
Porém, mudar e mudar para melhor são coisas diferentes.
O dinheiro, por exemplo, muda as pessoas com a mesma frequência com que muda de mãos.
Mas, na verdade, ele não muda o homem: apenas o desmascara.
Esta é uma das mais importantes constatações já realizadas, pois auxilia-nos a identificar quem nos cerca: se um amigo, um colega ou um adversário.
Esta observação costuma dar-se tardiamente, quando danos foram causados, frustrações foram contabilizadas, amizades foram combalidas. Mas antes tarde, do que mais tarde.
Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais. Somos o que fazemos e o que fazemos para mudar o que somos.
Nos dias em que fazemos, existimos de fato; nos outros, apenas duramos.
Segundo William James, a maior descoberta da humanidade é que qualquer pessoa pode mudar de vida, mudando de atitude.
Talvez por isso a famosa Prece da serenidade seja tão dogmática: mudar as coisas que podem ser mudadas, aceitar as que não podem, e ter a sabedoria para reconhecer a diferença entre as duas.
Tolerância
Cada vida são muitos dias, dias após dias.
Caminhamos pela vida cruzando com ladrões, fantasmas, gigantes, velhos e moços, mestres e aprendizes. Mas sempre encontrando a nós mesmos.
Na medida em que os anos passam tenho aprendido a me tornar um pouco pluma: ofereço menos resistência aos sacrifícios que a vida impõe e suporto melhor as dificuldades.
Aprendi a descansar em lugares tranquilos e a deixar para trás as coisas que não preciso carregar, como ressentimentos, mágoas e decepções. Aprendi a valorizar não o olhar, mas a coisa olhada; não o pensar, mas o sentir.
Aprendi que as pessoas, em regra, não estão contra mim, mas a favor delas.
Por isso, deixei de nutrir expectativas de qualquer ordem a respeito das pessoas e me surpreender com atitudes insensatas.
Seria desejável que todos agissem com bom senso, vendo as coisas como são e fazendo-as como deveriam ser feitas.
Mas no mundo real, o bom senso é a única coisa bem distribuída:todos garantem possuir o suficiente...
Somos responsáveis por aquilo que fazemos, o que não fazemos e o que impedimos de fazer.
Pouco aprendemos com nossa experiência; muito aprendemos refletindo sobre nossa experiência. Temos nossas fraquezas e necessidades, impostas ou autoimpostas.
Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam, disse François Rabelais.
Por tudo isso, é preciso tolerância. É preciso também flexibilidade. Mas é preciso policiar-se. Num mundo dinâmico, é plausível rever valores, adequar comportamentos, ajustar atitudes. Mantendo-se a integridade.
PS: O texto utiliza frases de Albert Camus, Descartes, James Joyce, Melody Arnett, Padre Antônio Vieira, Peter Senge, Robert Sinclair e Tristan
Bernard.
Bernard.
* Tom Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira,
liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor
de outras cinco obras.
liderança e comportamento” (Flor de Liz, 2011), “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” (Saraiva, 2008) e coautor
de outras cinco obras.
Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Tom Coelho
Fonte:www.tomcoelho.com.br