A Suécia conseguiu atingir o grau da perfeição na igualdade entre os sexos no trabalho e na vida pública.
As mulheres ocupam 45% das cadeiras do Parlamento, comandam metade dos Ministérios, um terço dos cargos de confiança no governo lhes é reservado. Em nenhum outro lugar se faz tão presente no mercado de trabalho e bem remunerada em comparação com o homem.
Desde que Ingmar Bergman levou o cinema às raias de psicanalisar os relacionamentos por dentro do inconsciente, demonstrando que de perto o inferno se encontra alojado no paraíso do amor, nunca se viu nada de igual. Quatro em cada dez suecas já foram agredidas por homens, seja por marido, namorado e qualquer categoria de ex, já que a figura do amante foi abolida, em função do amor ser livre.
Amor livre?
Se do cardápio constam espancamento doméstico, relações sexuais forçadas e constrangimento psicológico. Nada mais natural o paradoxo num país tão evoluído.
É justamente por melhor protegê-la do ponto de vista legal que a Suécia propicia a reação desses arremedos de homens sequiosos de escravinhas. Para deixar claro de quem é a última palavra. Está para existir um império da lei impondo regras de cima para baixo que consiga tirar o único poder que ainda lhes resta. No sacrossanto lar.
Como são bons jogadores, arriscam apostando que algumas permanecerão caladas para preservar sua imagem de fortes e independentes, explorando o espírito de conciliação, o instituto da esperança, o crédito em mudanças, a maternidade atávica e o alto grau de adaptação a desvios comportamentais.
O mico da Suécia só não é maior porque as mulheres portuguesas são mais espancadas: 50% contra 40%.
Crédito:Antonio Gaio
Autor:Antonio Gaio
Fonte:Universo da Mulher