Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

Relaxar é a ordem

É ótimo chegar em casa estafado e despencar no assento macio de uma poltrona. Para recuperar a energia, nada melhor que móveis confortáveis e, de preferência, com um bom design
 

As chaise-longues andam na moda. Não há projeto de decorador famoso que não tenha uma grande cadeira de descanso nos moldes do modelo lançado por Le Corbusier em 1928. Na época, ela foi apresentada como uma "máquina de relaxamento", com regulagem para sentar ou deitar e um atraente revestimento de couro. Atravessou todo o século 20 e continua trazendo o ar de sua graça aos projetos mais modernos.

 

Só que a idéia de cadeiras com longos assentos é bem mais antiga. As primeiras surgiram no século 17, quando as damas começaram a receber visitas. Elas usavam suntuosos vestidos rodados, com volume garantido por armações de ferro escondidas sob a saia. E com esse aparato quase cênico, ficava difícil sentar-se em qualquer tipo de cadeira.

 

Exatamente por isso surgiram as chaise-longues. Como tinham assentos maiores, as damas podiam afastar a estrutura de ferro e... se sentarem. A princípio, as chaises eram móveis mais femininos. Tanto que o modelo clássico era o bergère, inspirado em dama com o mesmo nome.

 

Apesar de serem do século 17, as chaises popularizaram-se no século 18, durante o período do rococó. E, a partir daí, não pararam de embelezar a decoração com seu estilo marcante: dos castelos migraram para as casas modernas e estão em cena até hoje, um pouco mudadas - é claro!

 

Depois que as mulheres abandonaram as armações, elas ficaram menores, ganharam encostos com forma de flores e borboletas no período da art noveau e assento no modelo de Le Corbusier.

 

"Hoje, também, sua utilização é mais pela estética do que pela funcionalidade", diz a professora de história do mobiliário e consultora educacional da Associação Brasileira de Designers de Interiores (ABD), Ana Maria Piemonte.

 

Ela encara com alguma estranheza o uso moderno da chaise em áreas sociais como o living. "Se você está com amigos é estranho apenas um ficar deitado. Acho que o melhor lugar para ela é a área íntima".

 

Só que uma chaise-longue precisa de espaços amplos, por conta de sua própria dimensão avantajada. "O modelo de Le Corbusier é ótimo, mas ocupa metade do quarto de um apartamento pequeno", pondera Ana Maria.

 

 

Cadeira de balanço desenhada por Oscar Niemeyer e sua filha Ana Maria, na década de 70. A Teperman fabrica a reedição do clássico com assento de palhinha. À venda na Casa 21, custa R$ 5.447,00
O presidente Fernando Henrique diz ter suas melhores idéias em uma cadeira de balanço como esta, reedição da Thonart do modelo clássico austríaco projetado por Michael Thonet, que inspirou o nome da loja. Com 1,10 m de profundidade, 1,06 de altura e 55 cm de largura e revestimento de palhinha, custa R$ 837,00 à vista
Confortável, a poltrona Couple comporta duas pessoas em seu assento macio. Revestida de couro, seu preço é R$ 7.600,00, incluindo o pufe. No Empório Beraldin
Chaise-longue criada por Julio Pechman para garantir conforto. Revestida de chenile, vem com uma almofada. Por R$ 3.200,00, no Estudio Pechman
Para dar o tom moderno: poltrona Izola de sarja pelitizada (com pêlos, 90 cm de frente x 90 cm de profundidade), em ambiente criado por Leo Shetman. Na Arredamento custa R$ 2.476,00 à vista. Já o pufe para os pés sai por R$ 915,00 à vista (90 cm de frente x 55 cm de profundidade)
O modelo clássico lançado por Le Corbusier em 1928 (Reprodução)
Da loja 5ª Estação, chaise-longue Fluídica (R$ 2.870,00) revestida com "seagrass" (um tipo de planta marinha) e mesa lateral com mosaico de coco (R$ 1.200,00). Já o tapete de sisal é da Sofá & Companhia ecusta R$ 551,00 (1,70 m x 1,70 m)
Charmosa chaise-longue à venda na Bali Express. Seu preço: R$ 1.890,00

  • Arredamento: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 903, 3062-1188
  • Bali Express: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 863, 3062-6061
  • Casa 21: Av. Europa, 385, Jd. Europa, 3088-9698
  • Empório Beraldin: R. Mateus Grou, 604, Pinheiros, 3030-3956
  • Estudio Pechman: R. Mateus Grou, 597, Pinheiros, 3812-2018 e 3812-7820
  • 5ª Estação: R. Cristiano Viana, 517/ 523, Pinheiros, 3082-9199
  • Raízes: R. da Consolação, 3.147, 3082-6222
  • Thonart Gabriel: Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.899, 3082-4764

Crédito:Anna Beth

Autor:Fabiana Caso

Fonte:Estado de São Paulo