Rio de Janeiro, 18 de Abril de 2024

Obesidade, a grande luta

O sobrepeso e a obesidade, são um dos os mais severos ataques à auto-estima. Por mais que se diga que não nos incomodamos com as formas de nosso corpo, são elas que aparecem no espelho quando nos olhamos em busca do belo.

Essa busca humana nos fascina desde que nascemos: nos objetos, paisagens e pessoas.
 
Estamos sempre atentos ao que agrada nossos olhos e aprendemos a nos satisfazer com isso, criando nossas expectativas de beleza através do coletivo, formalizando padrões.
 
ESSE É NOSSO PROBLEMA.

Precisamos ser aceitos, amados e, principalmente, admirados pelos que nos rodeiam e o caminho mais fácil para isso é estarmos padronizados.
 
Essa padronização, à grosso modo, nos garante o conforto hipotético com pouco esforço para conseguirmos nossas satisfações e recompensas ¨naturalmente¨.

Qualquer sociedade forma seus padrões apoiada em idealizações de inteligência, beleza, condição social e econômica. Uma coisa é o padrão, outra coisa é a realidade.
 
A realidade com certeza é o meio termo entre a falta de parâmetro e o padrão em si. É o que somos, nossas casas, nossos carros, inteligência e nossos corpos, tão longe das revistas e das tabelas quanto a Lua.
 
Nesta proporção somos mais pobres do que gostaríamos, infinitamente feios ou inadequados e meio limitados frente a tanto sucesso e celebridades.

Para nos ¨salvar¨ deste sofrimento que rasga a alma quando nos comparamos, precisamos criar uma nova ordem, mudar de vez nossos paradigmas.

Precisamos parar de nos comparar as pessoas e agir como indivíduos únicos, passando a ter corpos, por exemplo, que combinem com o que somos e sejam possíveis. Nós não somos os modelos das revistas, mas podemos ser profundamente belos se tivermos corpos que nos caiam bem e traduzam a nossa personalidade.
 
Aceitarmos a altura que temos, a largura dos ossos que herdamos, nossa cor de olhos e cabelos é um grande passo no caminho da auto-estima.

O sobrepeso e a obesidade precisam ser tratados com a ajuda de médicos, nutricionistas e psicólogos, mas esse tratamento só terá êxito se a imagem de nossos corpos que queremos visualizar no espelho, não seja idealizada.
 
Quem acompanha a idealização é o fracasso e para esse não precisamos nos esforçar.
 
Ele nos espera sentado.
 
 
 
 
Silvana Martani – Psicóloga e especialista em obesidade da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa.
 
 
 
 

Crédito:Anna Beth

Autor:Por Silvana Martani

Fonte:Universo da Mulher