Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

Período de amamentação requer cuidados para evitar uma nova gravidez

 

Há quem acredite que durante a amamentação a possibilidade de uma nova gravidez seja nula ou que ao tomar qualquer pílula anticoncepcional os hormônios irão interferir no desenvolvimento do bebê.

O ginecologista e doutor pela Faculdade de Medicina da USP, Luciano Pompei, esclarece estes mitos.

                                                                                                 

“Algumas mulheres podem voltar a ovular já no período de amamentação. Mesmo que tenha uma proteção natural nesta fase, ela não é suficiente para impedir uma nova gravidez. Por isso, não é raro encontramos irmãos com intervalos de até menos de um ano”, ressalta o ginecologista.

Além do uso da camisinha, a mulher pode evitar uma nova gravidez usando pílulas anticoncepcionais a base de progestagênio, hormônio que não interfere na qualidade ou no volume do leite. “O estrogênio, hormônio presente na maioria dos anticoncepcionais, inibe a produção do leite. Por isso, as pílulas mais recomendadas para as mulheres em fase de amamentação são aquelas com progestagênio”, explica Pompei. 

 

Importância da amamentação

 

O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde recomendam que nos primeiros seis meses de vida, o bebê seja alimentado exclusivamente com o leite materno. O leite é rico em anticorpos, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico e protegem contra doenças e infecções.

O período do aleitamento também é crucial para a saúde psicológica da mãe e da criança. “Trata-se de uma fase em que a mãe e o bebê criam vínculos emocionais importantes”, afirma Luciano Pompei. Mesmo depois desses seis meses exclusivos de leite materno, ainda é importante que as mamães continuem a amamentar o máximo possível ou até que a criança tenha dois anos ou mais. Segundo o Ministério da Saúde, dois copos de leite materno por dia até o segundo ano de vida da criança, suprem 95% das necessidades de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% de proteína e 3% do total necessário de energia. O leite materno também continua protegendo contra doenças como otites, meningites, diarreia e pneumonia.

 

 

Mitos & Verdades: esclareça as suas dúvidas sobre o período do aleitamento materno

 

 

Na semana mundial sobre o tema, ginecologista da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia responde as principais questões que envolvem o assunto

 

Para as mães de primeira viagem e até para as mais experientes a fase que envolve o aleitamento materno é cercada de dúvidas. É possível engravidar durante a amamentação? Durante o período, existe um método contraceptivo específico Embora especial, principalmente para criar vínculos entre a mãe e o bebê, a amamentação é um desafio que requer atenção com a saúde.

 

Por isso, o ginecologista da Febrasgo e doutor pela Faculdade de Medicina da USP Luciano Pompei responde a dúvidas frequentes das mulheres que estão amamentando. Confira abaixo.

 

 

1- Amamentar é um método anticoncepcional 100% eficaz.

Mito. Embora tenha impactos na fertilidade da mulher, a amamentação não é um método contraceptivo 100% seguro. Quando a criança começa a mamar em horários mais espaçados as chances de ovulação e, portanto, de gravidez aumentam. Há diversos métodos anticoncepcionais como camisinhas, DIU, pílulas de progestagênio, ou  implantes que podem ser empregados durante a fase de amamentação dando mais segurança à mulher. O melhor é consultar o seu médico para decidir pelo melhor método

 

2-  A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.

Mito. As pílulas combinadas, que têm estrogênio e progestagênio, não devem ser tomadas durante a amamentação. O estrogênio prejudica a produção do leite. Nesse período as pílulas somente de progestagênio são as mais indicadas.

 

3- Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde materna.

 

4– A alimentação da mãe influencia o leite.

Verdade. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta variada. É importante também ingerir bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

 

5- Mamadeira e chupeta prejudicam a amamentação.

Verdade. Como bicos artificiais e o bico do seio são diferentes, os bebês podem se confundir, acostumado a sugar a borracha e desaprendendo a mamar no peito, o que dificulta a amamentação. O bebê também pode abandonar o seio em favor dos bicos artificiais, provocando um desmame precoce. O uso de mamadeira como complemento deve seguir a orientação de um médico.

 

6- Estresse influencia a produção de leite.

Verdade. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vazão do leite, é bloqueada. O leite não seca quando se está estressada, mas a sua descida pode ficar prejudicada.

 

7– O tipo de parto interfere na amamentação.

Mito. A anestesia de um parto cesariana não tem qualquer influência no processo de produção de leite. Independentemente do tipo de parto, a mulher normalmente já tem leite o suficiente para alimentar seu bebê entre o terceiro e o quarto dia após o parto.

 

8– Amamentar faz bem para a saúde da mãe e do bebê

Verdade. Os bebês alimentados exclusivamente por leite materno até os seis meses de idade ficam mais protegidos contra inflamações, otites e diarreias. Segundo o Ministério da Saúde, as chances de a mãe desenvolver câncer de mama diminuem em 5% a cada 12 meses de aleitamento.



Crédito:Luiz Affonso

Autor:Laís Catassini

Fonte:Toni Comunicação